São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
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PROTESTO
Governador de Minas não vai a Brasília, mas critica declaração de FHC sobre ato das oposições hoje
Marcha não é "golpismo", diz Itamar

da Agência Folha


O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), rebateu ontem as críticas do governo federal à "Marcha dos 100 Mil".
""O governo é de um cinismo exuberante ao tentar qualificar a marcha de golpismo", disse o governador mineiro, que antecedeu Fernando Henrique Cardoso na Presidência. Desde maio do ano passado, FHC e Itamar estão rompidos.
O governador afirmou que o governo de FHC não é democrático. ""A promiscuidade no trato da coisa pública, a alienação do patrimônio nacional -vide acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional)-, a quebra do pacto federativo e o descompromisso com a Carta Magna são exemplos, aí sim, de um governo não-democrático", afirmou.
A declaração de Itamar foi feita por meio de nota, em razão da ""Marcha dos 100 Mil". O governador não vai comparecer ao ato da oposição ao governo FHC.
O que motivou a nota foi o fato de o presidente ter contestado a marcha, afirmando que deve haver respeito à democracia. Na semana passada, o ministro Pedro Malan (Fazenda) classificou de ""golpismo" a manifestação.

Rio
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Rio criticou o governador Anthony Garotinho (PDT) por não ter dado apoio à mobilização da marcha. Segundo Alcebíades Teixeira, presidente da CUT-Rio, Garotinho não atendeu às solicitações dos organizadores do movimento para ceder ônibus para a caravana.
"Havíamos solicitado, inicialmente, 80 ônibus, depois diminuímos para 50, mas o governo do Estado acabou não cedendo nenhum", afirmou Teixeira.
Garotinho não quis comentar o assunto. A vice-governadora, Benedita da Silva, informou por meio de sua assessoria que fez "tudo o que estava ao alcance" para apoiar a manifestação. Disse que ônibus foram cedidos, mas não soube informar quantos.
O governador do Amapá, João Capiberibe (PSB), também não irá participar da marcha, segundo sua assessoria de imprensa, por considerar que um impeachment ou uma nova CPI não seriam bons para o país. Apesar disso, Capiberibe estará em Brasília.
O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), vai participar da marcha porque, segundo ele, ela expressará a ""insatisfação com a política econômica do governo federal".


Colaborou a Sucursal do Rio

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