São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
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NO AR
Pacífico e tranquilo

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Um petista, na TV:
- Nós queremos um ato absolutamente pacífico e tranquilo.
E um ministro:
- Nós esperamos realmente uma manifestação dentro dos limites que só fazem fortalecer a democracia.
O porta-voz de FHC saiu dizendo, pelo presidente, que tem certeza que a marcha será realizada dentro da lei, um ato normal. No mesmo espírito, o ministro da Justiça se reuniu com o presidente do PT.
Na superfície, estão todos de acordo, pela paz.
É para telespectador ver. Ainda ontem, na Internet, os incontáveis líderes governistas voltaram ao bordão "golpista", para falar da marcha.
E ônibus foram parados em toda parte, pelo país. E o PSDB entrou com pedido para tirar do ar os comerciais do PT que convocam para a marcha e bradam "Basta FHC".
E o presidente posou ao lado de chefes militares.

De uma manchete:
- Governistas vão à tribuna defender FHC durante a marcha das oposições.
São os irreprimíveis parlamentares tucanos, que se descobriram, satisfeitos, como a tropa de choque de FHC.
Mário Covas, tido como líder maior do PSDB, está em outra sintonia. Recusou-se a atacar a marcha e fez críticas indiretas ao presidente.
O depoimento de Gustavo Franco, anteontem na TV Senado, ajuda a explicar o rancor de Covas.
Franco disse que ajudou FHC a fazer a maior redistribuição regional da história, com indústrias saindo de São Paulo para o Nordeste. Chegou a se dizer condoído pelo desemprego.
Anteontem na Globo, um secretário de Covas se esforçava em dizer que está fazendo o que pode contra o desemprego de 1,8 milhão.
Muitos deles, aliás, estão em Brasília, hoje.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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