São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONTAS PÚBLICAS
Resultado sem contar os gastos com juros é positivo em R$ 1,9 bilhão
Governo tem superávit em julho

da Sucursal de Brasília

O governo federal obteve um superávit primário (o que se economiza da receita para as despesas com juros) de R$ 1,9 bilhão em julho, o equivalente a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de riquezas produzidas no país) do período.
No acordo acertado com o Fundo Monetário Internacional, o Brasil se comprometeu a obter um superávit do setor público (que inclui ainda os resultados dos Estados, dos municípios e das empresas estatais) de 3,1% do PIB no ano. De janeiro a setembro, a meta é um superávit de 3,3%.
O secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, disse que o resultado do mês ficou "acima das expectativas" do governo.
Em julho, as receitas do governo federal foram de R$ 18 bilhões, 30,2% superiores ao arrecadado no mesmo período de 98.
Contribuíram para o aumento um recolhimento de R$ 1,6 bilhão em impostos em atraso, proveniente da desistência de ações judiciais por parte de empresas.
Também pesou no crescimento das receitas o aumento, em junho, da alíquota da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), cuja cobrança recomeçou em 17 de junho. A alíquota passou de 0,2%, no ano passado, para 0,38%.
As despesas totais do governo federal também aumentaram em julho. Os gastos foram de R$ 16 bilhões no mês, um crescimento de R$ 2,1 bilhões em relação aos gastos do mesmo mês em 98.
As despesas do Tesouro aumentaram R$ 1,7 bilhão no período, e as da Previdência, R$ 394 milhões. No caso do Tesouro, R$ 1,2 bilhão do aumento da despesa ocorreu por causa do pagamento da antecipação da primeira parcela do 13º salário e de férias do funcionalismo.
Em julho, o prazo médio da dívida interna federal passou para 13,15 meses, contra 10,63 meses em junho. Barbosa disse que isso significa o maior prazo alcançado pelos títulos públicos "nos últimos anos" -não foram fornecidos dados mais precisos.
Barbosa afirmou, porém, que neste mês o prazo médio dos títulos em poder do mercado deve cair porque o Tesouro tem promovido leilões sucessivos de títulos prefixados com prazos inferiores a um ano.
Apesar de estar se alongando, a dívida em títulos continua sendo composta majoritariamente (93,7%) por papéis pós-fixados, cuja remuneração é estabelecida na data do vencimento do título. Em países de economia estável, os governos negociam mais com papéis prefixados -que tornam as despesas com juros previsíveis.


Texto Anterior: Alagoas: Fita complica irmão de PC, diz polícia
Próximo Texto: Reeleição: CCJ aprova exigência de renúncia
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.