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Indígenas pedem voto a patrícios
DA AGÊNCIA FOLHA, EM AQUIDAUANA
"Enepo yakahá'a kevánei'i vótuna îti, yakávanea, itea akó kevâne tumune xi'íxa." A frase, em
idioma terena, foi dita no comício
de quinta-feira na aldeia Limão
Verde, em Aquidauana (MS), pelo índio terena Wanderlei de Souza, 24, que disputa ao cargo de vereador pelo PT. Significa: ""Se quiser vender seu voto, venda. Mas
não venda o futuro de seu filho". Foi a mais aplaudida.
Depois, em português, pede o
voto aos seus ""patrícios". "O Brasil é um país rico, gente. Por que
então passamos necessidade, não
temos empregos, terra, dinheiro
para tocar a lavoura? Os políticos
roubam a nossa dignidade. Você
pode reverter isso, votando em
nossos patrícios (índios)", disse.
O comício na aldeia pouco difere dos que acontecem nos centros
urbanos. Tem palanque, caixa de
som e grupos organizados que
apóiam os candidatos com bandeiras, bonés e camisetas. Os índios fazem campanha a pé ou de
bicicleta. Os partidos entram com
santinhos e ajuda de locomoção.
A comunidade indígena do Mato Grosso do Sul vive um momento de agitação política. No início
do mês, dez líderes indígenas das
aldeias de Aquidauana e Miranda
denunciaram à Funai, em Brasília, o terena Mariano Marques Terena, 47, coordenador-geral de
Defesa dos Direitos Indígenas.
Terena estaria usando a força
do cargo, o maior ocupado por
um índio na Funai, para contratar
parentes, quatro irmãos e a mãe.
O índio rebate as acusações dizendo que sofre "perseguições
políticas por inveja".
(CBJ)
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