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CAMPANHA
Além do candidato petista, tucano volta baterias contra Anthony Garotinho, empatado tecnicamente com ele nas pesquisas
Fora da TV, Serra critica dupla face do PT
RAYMUNDO COSTA
EM SÃO PAULO
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, decidiu manter
a linha de confrontação e ataques
a Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
em entrevistas e debates, estratégia que abandonou desde sábado
à noite em seus programas de TV.
Serra fustigou Lula e o PT em
pelo menos cinco questões ontem, em entrevista concedida aos
jornalistas de "O Estado de S. Paulo", no auditório do jornal, localizado no bairro do Limão, na zona
norte de São Paulo.
"Tem o PT da TV e o PT da realidade", disse Serra, repetindo o
bordão que os últimos programas
haviam deixado de lado (os comerciais ontem atacaram administrações do PT). "Eu às vezes tenho cara mal-humorada, mas tenho só essa. Não tem o Serra da
realidade e o Serra da TV."
Além de criticar Lula, o tucano
também tomou a iniciativa de
atacar o candidato do PSB, Anthony Garotinho. Acusou-o de fazer "propaganda mentirosa" a
afirmação feita por Garotinho de
que o tucano prometera aumentar o salário mínimo em R$ 11,00.
Contou também que enviou para o Rio cerca de R$ 10 milhões
para o combate à dengue, quando
era ministro da Saúde, mas que o
dinheiro ficou todo no caixa único do governo estadual.
Em relação a Ciro Gomes (PPS),
Serra referiu-se de passagem, com
deboche. "Quem diz isso [sobre
sua capacidade de articular a
aprovação de projetos no Congresso] é o Ciro Gomes. Tem alguém com menos credibilidade no mundo, no universo, na galáxia para dizer isso?"
Mas foram Lula e o PT os alvos:
"Há vários PT. O do mercado, o
que quer tranquilizar o MST, o
que quer tranquilizar o movimento sindical. Nós não, nosso
discurso é único", ironizou.
Diploma
Serra voltou a acusar a oposição
de não querer debater programas
de governo e ainda se mostrar
"ofendida" quando é chamada
para a discussão. E tentou justificar o uso que seu programa fez
sobre a exigência de diploma em
concurso para fiscal da Prefeitura
de São Paulo:
"Dizem [os petistas] que querem dar oportunidade a todos,
mas pedem diploma para fiscal de
camelô, e para o presidente não?
Isso não tem cabimento. Agora,
não quer dizer também que não
ter diploma é uma boa condição
para ser presidente."
Para Serra, a exigência de diploma tem como objetivo dar cargos
comissionados aos aprovados.
Serra discordou sobre a afirmação de que o real se desvalorizou
em relação ao dólar tanto quanto
o peso argentino. "É uma análise
completamente errada." Segundo
o tucano, enquanto o peso foi desvalorizado a partir da cotação de
um por um em relação ao dólar,
devido à paridade vigente na Argentina, o real partiu de um patamar em torno dos R$ 2,30.
Serra negou que alguma vez tenha dito que, se não for eleito, o
Brasil poderia se transformar em
uma nova Argentina: "Eu nunca
afirmei isso. Outros dizem isso".
Mas ressaltou: "Depois da eleição,
se eu ganhar, já haverá reversão
de expectativa".
O tucano considerou "altamente provável" a realização do segundo turno. "Eu vou para o segundo turno e no segundo turno
começa de novo."
Confirmou que manterá Armínio Fraga na presidência do BC e
que espera contar com a colaboração do presidente Fernando
Henrique Cardoso: "Ele conhece
como poucos as minhas fortalezas e fragilidades. E vice-versa".
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