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Garotinho admite equívoco em número de casas populares
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) atribuiu ontem a
um "equívoco" da produção de
seu programa de TV o fato de ter
sido veiculado anteontem que ele
teria criado um programa habitacional quando governou o Rio
que teria beneficiado 500 mil pessoas com casas populares.
Garotinho fez a afirmativa durante entrevista ontem ao "Jornal
Nacional", da TV Globo, depois
de os apresentadores terem citado
o erro levantado por reportagem
publicada anteontem pela Folha.
Na matéria, são apresentados dados oficiais da Cohab (Companhia Estadual de Habitação) segundo os quais foram beneficiou
pouco mais de 50 mil pessoas
com casas populares.
"Na verdade foi um equívoco da
produção. Na minha fala eu não
disse isso. Hoje divulgamos uma
nota fazendo uma correção, de
que em todos os programas, inclusive o "cheque morar feliz", foram beneficiadas pelo menos 300
mil pessoas", disse Garotinho,
que não foi questionado pelos
apresentadores sobre o novo número divulgado no telejornal.
Ao ser indagado pela apresentadora Fátima Bernardes sobre por
que promete casas em seu projeto
para o governo federal se não resolveu o programa habitacional
do Rio, rebateu: "O déficit do Brasil não é esse, é de 6,7 milhões de
moradias, segundo o próprio governo. Você não queria que eu resolvesse em três anos um problema histórico do Rio".
A entrevista durou 10 minutos.
Durante a entrevista de Garotinho, o "Jornal Nacional" teve média de 34 pontos de audiência,
com picos de 35, segundo dados
preliminares do Ibope. Cada ponto equivale a 47 mil domicílios na
Grande São Paulo. A entrevista de
Serra, anteontem, rendeu 32 pontos à emissora; a de Ciro, na segunda-feira, teve 37 de média.
A segurança foi um tema que os
apresentadores usaram para
comparar ações de Garotinho no
governo do Rio à atuação da atual
governadora, Benedita da Silva
(PT). Questionaram o que o candidato viu de errado na ação da
polícia no caso da rebelião do presídio Bangu 1. O ex-governador
respondeu que, "em linhas gerais", na questão da segurança há
"falta de autoridade" da governadora. "No caso da rebelião, o que
tenho dito é que foi o coroamento
de uma política de segurança
equivocada."
Ao ser questionado sobre uma
data para aumentar o funcionalismo público, Garotinho disse que
não iria fazê-lo. "Mas me comprometo a não deixar [a categoria" sem aumento por oito anos,
como esse governo", disse.
As perguntas enviadas por internautas foram, na maioria, em
relação a questões polêmicas ligadas a dogmas da religião do candidato. Evangélico, Garotinho repete nas entrevistas que, "mesmo
perdendo votos", não nega que
seja contra a união civil de homossexuais. Sobre a opinião do
presidenciável em relação à legalização do aborto, respondeu ser
contra o aborto e que os casos
previstos pela lei já são atendidos.
Ele também disse ser contra a eutanásia. "Temos casos de pessoas
no mundo inteiro, que vocês
mostraram nesse mesmo telejornal, de pessoas dadas como mortas que se recuperaram."
Insistência
Em entrevista na saída da TV
Globo, Anthony Garotinho insistiu no número de 500 mil beneficiados pelos programas habitacionais de seu governo, embora
no "Jornal Nacional" tenha falado
em 300 mil.
"O texto dava dupla interpretação. [Foram" 500 mil pessoas beneficiadas, não 500 mil pessoas
com casa."
Lembrado pelos repórteres que
havia citado outro número -300
mil-, Garotinho afirmou: "Eu
ressaltei [que eram 300 mil] para
falar a verdade".
O presidenciável afirmou que o
número não significava a entrega
de "casas" para essas pessoas.
"Não é casa. São beneficiários do
programa habitacional, que envolve reforma de conjunto, subsídio da prestação", afirmou.
(LIEGE ALBUQUERQUE)
Colaborou RAFAEL CARIELLO, da Sucursal do Rio
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