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Para PSB, ofensiva tucana é benéfica
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O comando da campanha de
Garotinho avalia que sua ida ao
segundo turno depende hoje,
mais do que nunca, do comportamento de José Serra (PSDB).
Assessores do ex-governador
do Rio avaliam que se o tucano
continuar batendo em Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) estará, automaticamente, carimbando o passaporte do candidato do PSB para o
segundo turno.
Mas, caso contrário, se Serra decidir mudar de tom, como já vem
fazendo nos programas de TV, a
avaliação é de que Lula poderá ganhar no primeiro turno.
O coordenador-geral da campanha, Carlos Rayel, acha que os
ataques de Serra a Lula, no horário eleitoral da semana passada,
criaram um "estigma" na candidatura tucana.
"Ele passou a imagem do candidato desesperado, que bate em todo mundo para poder chegar ao
segundo turno", avalia.
Desde a semana passada, a candidatura de Garotinho vem mostrando tendência de crescimento.
Pela pesquisa do Ibope, divulgada
anteontem, ele tem 15% e está empatado tecnicamente com Serra,
com 18%. O ex-governador mantém o mesmo índice no Datafolha
e está a quatro pontos percentuais
atrás do tucano.
Na reta final de campanha, Garotinho concentrará as visitas nas
regiões Sul e Nordeste, onde continua mal nas pesquisas, além de
São Paulo e Minas Gerais. No Sudeste, o ex-governador está empatado com Serra na preferência
do eleitorado -18%, conforme o
Datafolha.
Voto útil
Para chegar ao segundo turno
contra Lula, Garotinho crê, principalmente, no voto útil de evangélicos e cariocas.
No Estado do Rio, onde a mulher do ex-governador, Rosinha
Matheus (PSB), lidera a disputa,
ele perde na capital para Lula
(38% contra 27%). No interior,
estão empatados -31% (Lula) e
32% (Garotinho). Garotinho só
ganha de Lula na periferia - 46%
a 26%. Os dados são da última
pesquisa Ibope, apurada de 13 a 15
de setembro.
"Achamos que estes votos são,
originalmente, de Garotinho, mas
migraram para Lula por conveniência, no chamado voto útil. A
partir do momento em que Garotinho se mostrar um candidato
viável, o que já começa a acontecer, esses votos voltarão para ele,
impulsionando-o para o segundo
turno", afirma Rayel.
O mesmo fenômeno ocorre no
segmento evangélico. Pelo Datafolha, Garotinho lidera, com 42%,
entre os evangélicos pentecostais.
Lula tem 27%. Serra, 15%. Nos
não-pentecostais, Lula está na
frente, com 41%, Garotinho tem
28% e Serra, 14%.
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