São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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Para PSB, ofensiva tucana é benéfica

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O comando da campanha de Garotinho avalia que sua ida ao segundo turno depende hoje, mais do que nunca, do comportamento de José Serra (PSDB).
Assessores do ex-governador do Rio avaliam que se o tucano continuar batendo em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará, automaticamente, carimbando o passaporte do candidato do PSB para o segundo turno.
Mas, caso contrário, se Serra decidir mudar de tom, como já vem fazendo nos programas de TV, a avaliação é de que Lula poderá ganhar no primeiro turno.
O coordenador-geral da campanha, Carlos Rayel, acha que os ataques de Serra a Lula, no horário eleitoral da semana passada, criaram um "estigma" na candidatura tucana.
"Ele passou a imagem do candidato desesperado, que bate em todo mundo para poder chegar ao segundo turno", avalia.
Desde a semana passada, a candidatura de Garotinho vem mostrando tendência de crescimento. Pela pesquisa do Ibope, divulgada anteontem, ele tem 15% e está empatado tecnicamente com Serra, com 18%. O ex-governador mantém o mesmo índice no Datafolha e está a quatro pontos percentuais atrás do tucano.
Na reta final de campanha, Garotinho concentrará as visitas nas regiões Sul e Nordeste, onde continua mal nas pesquisas, além de São Paulo e Minas Gerais. No Sudeste, o ex-governador está empatado com Serra na preferência do eleitorado -18%, conforme o Datafolha.

Voto útil
Para chegar ao segundo turno contra Lula, Garotinho crê, principalmente, no voto útil de evangélicos e cariocas.
No Estado do Rio, onde a mulher do ex-governador, Rosinha Matheus (PSB), lidera a disputa, ele perde na capital para Lula (38% contra 27%). No interior, estão empatados -31% (Lula) e 32% (Garotinho). Garotinho só ganha de Lula na periferia - 46% a 26%. Os dados são da última pesquisa Ibope, apurada de 13 a 15 de setembro.
"Achamos que estes votos são, originalmente, de Garotinho, mas migraram para Lula por conveniência, no chamado voto útil. A partir do momento em que Garotinho se mostrar um candidato viável, o que já começa a acontecer, esses votos voltarão para ele, impulsionando-o para o segundo turno", afirma Rayel.
O mesmo fenômeno ocorre no segmento evangélico. Pelo Datafolha, Garotinho lidera, com 42%, entre os evangélicos pentecostais. Lula tem 27%. Serra, 15%. Nos não-pentecostais, Lula está na frente, com 41%, Garotinho tem 28% e Serra, 14%.


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