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PDT x PT
Novo presidente diz que diretório pode cassar direitos partidários de quem ficar no governo de Garotinho
Petista ameaça punir permanência
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Novo presidente do PT no Estado do Rio, o deputado federal
Carlos Santana deu ontem um
aviso aos petistas que permanecerem no governo Garotinho: eles
terão os direitos partidários cassados pelo Diretório Regional.
Na prática, a cassação dos direitos partidários significa a proibição de o político punido integrar
órgãos de comando, como executivas e diretórios, e até mesmo
concorrer em eleições.
O recado de Santana tem como
alvos os secretários estaduais Jorge Bittar (Planejamento), Antônio Pitanga (Ação Social, Esporte
e Lazer) e Gilberto Palmares (Trabalho).
Vinculados à Articulação -facção derrotada na convenção regional pela Opção Popular, grupo
comandado por Santana-, os secretários se mantiveram ontem
nos cargos, apesar de a convenção
ter decidido pela saída dos petistas do governo estadual.
A vice-governadora do Estado
do Rio, Benedita da Silva, foi excluída por Santana da relação de
petistas que, segundo ele, devem
deixar o governo. "Ela foi eleita
pelo povo, não ocupa cargo de
confiança. Querendo ou não, ela é
a nossa vice-governadora, eleita
pela sociedade", disse Santana.
A punição aos secretários também é defendida pelo deputado
federal Milton Temer, líder de
uma terceira facção do PT, a Refazendo. "O estatuto é claro, ao prever a suspensão de quem fere decisões das instâncias do partido.
O partido deliberou a entrega
imediata dos cargos. Então, eles
têm que entregar. Se não entregar,
punição", disse o deputado.
Líder ferroviário, deputado há
três legislaturas, Santana, 38, afirmou que ainda esta semana pretende apresentar a Garotinho a
lista de petistas em cargos comissionados no governo.
Santana disse que conseguiu
nomear 17 petistas no governo estadual, entre eles Raul de Bonis,
demitido ontem por Garotinho
do cargo de secretário dos Transportes. Todos os que indicou trabalham na Secretaria dos Transportes, disse o novo presidente do
PT no Rio.
Santana procurou minimizar as
críticas que lhe foram dirigidas
ontem por Garotinho. "Entendemos que o governador está com o
lado emocional forte no atual momento", disse.
Hoje, Santana encontra às 11h o
ex-governador Leonel Brizola,
principal liderança do PDT. Ele
pretende agendar reuniões com
os comandos dos demais partidos
da aliança que elegeu Garotinho
(PSB, PC do B e PCB).
O secretário exonerado Raul de
Bonis criticou Garotinho. Ele disse que teve dificuldades no relacionamento com o Executivo e no
desenvolvimento de projetos na
Secretaria de Transportes.
Bonis afirmou que já estava disposto a entregar o cargo, em respeito à decisão da convenção.
Para o lugar dele, Garotinho nomeou, provisoriamente, o diretor
do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Henrique Alberto Ribeiro, do PDT.
O presidente nacional do PT,
José Dirceu (SP), disse ontem que
há uma "celeuma" em torno da
decisão tomada pelo diretório do
Rio. Segundo sua interpretação, a
resolução tirada não foi a de deixar o governo de Garotinho, mas
a de entregar os cargos para tentar
estabelecer um novo diálogo. "A
decisão é a de colocar o cargo em
disponibilidade e continuar
apoiando o governo."
Colaboraram a Sucursal do Rio e
a Reportagem Local
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