DO ENVIADO ESPECIAL A MADRI

Presidente do PMDB, Michel Temer não escondeu as dificuldades que José Anibal apontara. Chegou a dizer que, em seu partido, "o quadro atual é pela candidatura própria, pelo menos até a prévia", que a legenda já convocou para o início do ano.
Mas Temer, como os outros dois, acha "indispensável" a manutenção da aliança.
Enquanto não for superada a tese da candidatura própria peemedebista, se é que é possível superá-la, o máximo que o presidente do PMDB pode discutir com os aliados são os palanques regionais.
Ou seja, a possibilidade de que os três partidos estejam unidos no maior número possível de disputas estaduais.

Dificuldades
A conversa durante a viagem acabou funcionando como um guia das dificuldades que cada partido está enfrentado para manter a coligação.
A do PMDB é a maior, uma vez que a candidatura própria o afasta da aliança governista.
A do PFL, não explicitada, mas que sobrevoou a conversa, é a maneira como a candidatura de Roseana Sarney, governadora do Maranhão, vai se consolidando.
O nome de Roseana não foi citado em momento algum, mas a conversa deixou claro que o PFL poderá ter dificuldades para retirar Roseana do páreo se ela se mantiver nas pesquisas como a governista com o maior índice de intenção de voto.

Disputa interna
Já a dificuldade do partido do presidente é a disputa interna pela indicação. Mas José Aníbal afirmou aos companheiros de coligação: "Isso a gente resolve".
Nem Fernando Henrique Cardoso nem os presidentes dos partidos falaram em nomes de candidatos, pelo menos na versão obtida dos comensais pela Folha.

Convergência
O presidente da República acha que a questão da aliança deve ser discutida pelos partidos, mas sem girar, pelo menos a princípio, em torno de nomes.
Se, entre Madri e Paris, vai ou não ocorrer o que José Aníbal chama de "convergência", somente o tempo dirá.
Mas é bastante tempo. "Temos seis dias de conversa pela frente", brinca Temer. (CLOVIS ROSSI)


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