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Tucano diz que vantagem de Lula não influi no Pará
Almir Gabriel culpa a reforma agrária do governo federal por problemas do Estado
"Eu não sou contra a reforma agrária, mas não tem por que o governo federal não dirigir a reforma agrária ao Estado de origem"
DA AGÊNCIA FOLHA
Para o ex-governador do Pará Almir Gabriel (PSDB), 74,
que disputa novamente o cargo, a eleição presidencial pouco
interfere na corrida estadual
porque o eleitor sabe distinguir
as diferentes esferas.
No Pará, PT e PSDB repetem
a polarização da disputa presidencial, entre Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). No primeiro turno, Lula teve 51% dos votos válidos no Pará, contra 41% de
Alckmin. Gabriel, que foi mais
votado no primeiro turno, foi
superado no segundo, segundo
o Ibope, por Ana Júlia Carepa
(PT), que teve apoio do PMDB.
O tucano criticou a reforma
agrária do governo federal. Foi
na gestão de Gabriel que ocorreu o massacre de Eldorado de
Carajás.
(SÍLVIA FREIRE)
FOLHA - A pesquisa Ibope indicou
que o sr., no segundo turno, não
conseguiu agregar novos apoios.
ALMIR GABRIEL - Pesquisa é pesquisa, e eleição é eleição. No Pará, tínhamos cinco projetos diferentes. Quando se reduz a
dois, se estabelece outro nível
de raciocínio. Não dá para dizer
que o outro lado tem a totalidade dos votos [dos derrotados].
Para mim, isso pouco interfere.
Temos que trabalhar, mostrar
que nosso projeto é melhor,
que temos mais experiência.
FOLHA - O PSDB está no governo
há 12 anos. O que o sr. trará de novo?
GABRIEL - Os três anos e meio
que fiquei fora da administração serviram para refletir muito sobre o Brasil e o Pará. Só
aceitei a idéia de voltar ao governo porque tenho ao menos
40 novos projetos para o Estado. Se fosse apenas para repetir, eu não topava a parada.
FOLHA - Quais são esses projetos?
GABRIEL - Na área social, a gente tem possibilidade de levar
adiante o projeto que estamos
apelidando de coesão social. Na
inclusão social, em resumo, você trata com o próximo; na coesão social, trata com o irmão.
São conceitos filosóficos diferentes e políticos também.
FOLHA - Como é esta diferença?
GABRIEL - Na questão da segurança pública todos pensam em
colocar mais policiais, mais armamento, com a idéia da coerção. No nosso projeto, vamos
trabalhar com as crianças de famílias de alto risco, levando-as
para escolas de tempo integral.
FOLHA - De que forma os candidaturas de Lula e Alckmin se refletem
na eleição no Estado?
GABRIEL - Reflete pouco. Na
eleição do governador Simão
Jatene, houve a chamada onda
Lula aqui no Pará. No entanto,
o povo continuou aprovando o
nosso projeto. Existe influência, mas o povo consegue fazer
a diferença entre os projetos.
FOLHA - O Pará tem histórico de
conflitos agrários. Como o sr. vai lidar com essas questões?
GABRIEL - Não sou contra a reforma agrária, mas não tem por
que o governo federal não dirigir a reforma agrária para o Estado de origem. Por que tem
que migrar para a Amazônia?
Depois é o governo federal, por
meio do Ministério do Meio
Ambiente, que reclama das
queimadas... Mas qual instrumento o colono tem para atuar
na mata? É o próprio governo
federal que cria problema.
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