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ELEIÇÕES 2006 / PARANÁ
Juiz diz que proibição não é censura prévia
Renato Lopes de Paiva, do TRE, afirmou que é preciso proteger o segredo de Justiça que envolve a investigação da PF
Magistrado diz que veto à divulgação da operação em Curitiba "não foi censura, mas garantia do Estado de Direito e a aplicação da lei"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O juiz Renato Lopes de Paiva,
do Tribunal Regional Eleitoral
do Paraná, negou ontem que tenha ordenado censura prévia e
proibido a imprensa de divulgar a operação de apreensão de
uma mala com dinheiro em um
hotel de Curitiba, pela Polícia
Federal, anteontem.
Ele diz ter vetado a divulgação de detalhes da operação e
sua vinculação a um dos candidatos a governador para proteger o segredo de Justiça sobre a
investigação: ""Não foi censura,
mas garantia do Estado de Direito e a aplicação da lei", disse.
""O que se quer garantir é que
a imprensa tenha livre acesso
aos fatos em sua fonte, mas sobre uma investigação madura,
não de algumas horas de diligência", disse. Segundo ele, sua
decisão procurou evitar ""que
algo que poderia não corresponder à verdade se espalhasse
como um rastilho de pólvora".
Paiva tomou a decisão após
debater o caso com os demais
juízes do TRE. Eles analisavam
um pedido da coligação Paraná
da Verdade, do candidato ao governo Osmar Dias (PDT), que
queria a coibição, pela Justiça
Eleitoral, da exploração política de um caso policial. Os advogados da coligação de Osmar
ingressaram com a ação após o
site ""Hora H News" divulgar a
operação e citar que a apreensão comprometeria o pedetista.
Na decisão, o juiz proibiu
também a divulgação em propaganda do horário eleitoral
gratuito por parte da coligação
de Roberto Requião (PMDB).
O procurador eleitoral Néviton Guedes defendeu na sessão
a aplicação de multa e extensão
da ordem a toda a imprensa. O
juiz acatou. O procurador disse
à Folha que sua defesa não feriu a liberdade de imprensa.
O segredo de Justiça foi baixado pelo juiz de primeira instância Rogério Ribas. ""A medida é absolutamente legal e
constitucional, porque a investigação está sob segredo de
Justiça e cabe ao Ministério
Público, como fiscal da lei, zelar por esse segredo de Justiça", declarou o procurador.
Às 19h36 de anteontem, o escritório da Folha em Curitiba
recebeu por fax intimação do
diretor-geral do TRE, Ivan
Gradowski, alertando que a investigação corre em segredo de
Justiça ""e que sua divulgação
sujeitará o órgão e seus responsáveis a sanções previstas em
lei". No despacho, o juiz escreveu que atendia a um pedido da
coligação de Osmar Dias.
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