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ESPÍRITO SANTO
Delegado da PF é exonerado por morte na prisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O diretor-geral interino da Polícia Federal, Zulmar Pimentel,
exonerou no início da noite de
ontem do posto de superintendente do órgão no Espírito Santo
o delegado Tito Caetano Correa,
devido à morte, na sexta, do agricultor Manoel Correa da Silva Filho, testemunha-chave contra o
crime organizado no Estado. Ele
foi morto cerca de 1h30 após chegar à penitenciária Monte Líbano,
em Cachoeiro do Itapemirim.
A assessoria do Ministério da
Justiça não quis comentar o caso.
A exoneração foi decidida em
reunião com o ministro Paulo de
Tarso Ramos Ribeiro.
Silva Filho testemunharia contra o coronel Walter Gomes Ferreira, apontado pela PF como
membro de um grupo de extermínio e de uma quadrilha de roubo de cargas. O delegado que autorizou a transferência, Joaquim
Borges, foi afastado.
Promotores e juízes do Espírito
Santo disseram ontem que pode
ter havido negligência da PF e até
sugeriram a possibilidade de ação
orquestrada do crime organizado
no assassinato de Corrêa da Silva.
Promotores também solicitaram ao ministério a transferência
imediata para Brasília do coronel
Ferreira, temendo que ele, que
pode dar informações importantes, também possa ser morto.
Um dossiê elaborado pelos juízes Alexandre Martins e Carlos
Eduardo Lemos sobre a morte de
Silva foi encaminhado ontem ao
Tribunal de Justiça do ES, com
novas denúncias contra Ferreira.
(IURI DANTAS E EDUARDO SCOLESE)
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