São Paulo, quinta, 26 de novembro de 1998

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PRESTAÇÃO DE CONTAS
Já vitorioso, presidente recebe quase 20% do arrecadado
Parte das doações para FHC chega após a reeleição

da Sucursal de Brasília

Dos R$ 43,022 milhões arrecadados pelo comitê financeiro do presidente Fernando Henrique Cardoso, R$ 8,161 milhões (18,96%) foram recolhidos depois de sua reeleição.
Cerca de 45% das doações das empreiteiras (R$ 4,1 milhões) foram feitas após a eleição, dia 4 de outubro. Já vitorioso, FHC arrecadou mais que o dobro do que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em doações durante toda a campanha (R$ 3,9 milhões).
A escassez de recursos durante a campanha, que deixou uma dívida de R$ 2,9 milhões, obrigou os auxiliares de FHC a continuar buscando contribuições até 3 de novembro, um mês depois da eleição e último dia para apresentar a prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Nos dez últimos dias, apareceram algumas das maiores contribuições: R$ 1,5 milhão de duas empresas ligadas à Companhia Vale do Rio Doce e R$ 1 milhão da Inepar Indústria e Construções, que já havia doado R$ 500 mil durante a campanha.
Na reta final, a Copesul (Companhia Petroquímica do Sul), que já havia doado R$ 1 milhão, fez nova contribuição do mesmo valor.
A Klabin, fábrica de papel e celulose controlada pelo empresário Pedro Piva, registrou uma doação de R$ 102,7 mil no dia 19 de outubro. Piva é suplente do ministro José Serra (Saúde) no Senado.
² Dívida
O coordenador operacional da campanha de FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira, disse que houve um esforço na reta final para reduzir o valor da dívida pendente, de R$ 2,9 milhões. Ela terá de ser paga pelo PSDB, partido do presidente reeleito.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou a prestação de contas, anteontem à noite, com pequenas "recomendações". Determinou, por exemplo, que R$ 80.200 recebidos de seis entidades de classe fossem devolvidos porque elas são proibidas de fazer contribuições.



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