São Paulo, quinta, 26 de novembro de 1998

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PRESTAÇÃO DE CONTAS
Setor financeiro quase dobra contribuições em relação a 94
Bancos lideram doações para campanha de FHC

da Sucursal de Brasília

Bancos e outras instituições financeiras foram os principais doadores de recursos para a campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a soma de R$ 11,074 milhões (25,7% do total de R$ 43,022 milhões arrecadados). Em 94, os bancos já haviam sido os maiores contribuintes.
Em novembro de 95, o governo FHC criou o Proer, o programa de socorro a bancos em dificuldade. Já foram injetados R$ 21 bilhões para financiar fusões bancárias.
Entre os dez maiores doadores estão dois integrantes do consórcio Telemar, que venceu o leilão da Tele Norte Leste: a Inepar Indústria e Construções e uma empresa do grupo La Fonte, do empresário Carlos Jereissati.
A segunda maior contribuição entre as empreiteiras foi da Andrade Gutierrez, que também integra o consórcio Telemar.
As instituições financeiras haviam contribuído com R$ 6,5 milhões na eleição de 1994. Aumentaram as doações neste ano. Já as empreiteiras, que haviam contribuído com R$ 4,9 milhões na última eleição, agora reduziram as doações para R$ 4,1 milhões.
O maior doador da campanha de FHC foi o grupo Itaú, com R$ 2,6 milhões (6% do total arrecadado). Em 1994, o Itaú já aparecia entre os principais doadores, com R$ 1,3 milhão.
O grupo Votorantim, que atua no setor de cimento e é comandado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, foi o segundo maior doador, com R$ 2,4 milhões, sendo R$ 400 mil de uma empresa da área de mineração, a Companhia Brasileira de Alumínio.
O terceiro maior doador também é do setor financeiro: o Real/ ABN-Amro, com R$ 2,3 milhões.
FHC também recebeu contribuições expressivas de empresas siderúrgicas, metalúrgicas e mineradoras (R$ 3,8 milhões), indústrias petroquímicas (R$ 3,2 milhões), indústrias de cimento (R$ 2 milhões) e refinarias e distribuidoras de petróleo (R$ 1,4 milhão).
O grupo Bradesco, o maior doador entre os bancos há quatro anos, com R$ 2,2 milhões, contribuiu com R$ 1 milhão para a reeleição de FHC.
As datas das doações mostram que a arrecadação aumentou à medida que a eleição se aproximava e aumentava o favoritismo de FHC. No mês de julho, quando o candidato do PSDB chegou a 40% nas pesquisas de intenção de voto, as doações foram de R$ 6,7 milhões. Foram registradas apenas 24 contribuições.
Em agosto, quando FHC chegava a 42%, a arrecadação aumentou para R$ 11,2 milhões. No mês seguinte, o candidato atingiu o seu melhor desempenho nas pesquisas eleitorais, com 48% das intenções de voto, e as doações chegaram a R$ 15,5 milhões.
Nos últimos quatro dias de outubro foi arrecadado mais R$ 1,2 milhão. Como havia dívida de campanha, o comitê de FHC continuou buscando contribuições. Juntou mais R$ 8,1 milhões em um mês de trabalho.
O maior doador entre as pessoas físicas foi o banqueiro Walther Moreira Salles. Ele contribuiu com R$ 150 mil no dia 7 de outubro, três dias após a reeleição de FHC.
As contribuições individuais somaram apenas R$ 913,1 mil (2,1% do total). Vários membros do governo federal fizeram doações nas últimas semanas.
FHC recebeu, por exemplo, R$ 1.000 do presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, e R$ 500 do presidente da Caixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo.
O presidente do Incra, Milton Seligman, doou R$ 250. O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Martus Tavares, foi mais contido: limitou-se ao valor de R$ 50. O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, contribuiu com R$ 100.
FHC também recebeu doações (SILVANA DE FREITAS, LUCIO VAZ e DANIEL BRAMATTI)
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