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PRESTAÇÃO DE CONTAS
Setor financeiro quase dobra contribuições em relação a 94
Bancos lideram doações para campanha de FHC
da Sucursal de Brasília
Bancos e outras instituições financeiras foram os principais doadores de recursos para a campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a soma de R$
11,074 milhões (25,7% do total de
R$ 43,022 milhões arrecadados).
Em 94, os bancos já haviam sido os
maiores contribuintes.
Em novembro de 95, o governo
FHC criou o Proer, o programa de
socorro a bancos em dificuldade.
Já foram injetados R$ 21 bilhões
para financiar fusões bancárias.
Entre os dez maiores doadores
estão dois integrantes do consórcio Telemar, que venceu o leilão da
Tele Norte Leste: a Inepar Indústria e Construções e uma empresa
do grupo La Fonte, do empresário
Carlos Jereissati.
A segunda maior contribuição
entre as empreiteiras foi da Andrade Gutierrez, que também integra
o consórcio Telemar.
As instituições financeiras haviam contribuído com R$ 6,5 milhões na eleição de 1994. Aumentaram as doações neste ano. Já as
empreiteiras, que haviam contribuído com R$ 4,9 milhões na última eleição, agora reduziram as
doações para R$ 4,1 milhões.
O maior doador da campanha de
FHC foi o grupo Itaú, com R$ 2,6
milhões (6% do total arrecadado).
Em 1994, o Itaú já aparecia entre os
principais doadores, com R$ 1,3
milhão.
O grupo Votorantim, que atua
no setor de cimento e é comandado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, foi o segundo maior
doador, com R$ 2,4 milhões, sendo
R$ 400 mil de uma empresa da área
de mineração, a Companhia Brasileira de Alumínio.
O terceiro maior doador também é do setor financeiro: o Real/
ABN-Amro, com R$ 2,3 milhões.
FHC também recebeu contribuições expressivas de empresas siderúrgicas, metalúrgicas e mineradoras (R$ 3,8 milhões), indústrias
petroquímicas (R$ 3,2 milhões),
indústrias de cimento (R$ 2 milhões) e refinarias e distribuidoras
de petróleo (R$ 1,4 milhão).
O grupo Bradesco, o maior doador entre os bancos há quatro
anos, com R$ 2,2 milhões, contribuiu com R$ 1 milhão para a reeleição de FHC.
As datas das doações mostram
que a arrecadação aumentou à medida que a eleição se aproximava e
aumentava o favoritismo de FHC.
No mês de julho, quando o candidato do PSDB chegou a 40% nas
pesquisas de intenção de voto, as
doações foram de R$ 6,7 milhões.
Foram registradas apenas 24 contribuições.
Em agosto, quando FHC chegava
a 42%, a arrecadação aumentou
para R$ 11,2 milhões. No mês seguinte, o candidato atingiu o seu
melhor desempenho nas pesquisas eleitorais, com 48% das intenções de voto, e as doações chegaram a R$ 15,5 milhões.
Nos últimos quatro dias de outubro foi arrecadado mais R$ 1,2
milhão. Como havia dívida de
campanha, o comitê de FHC continuou buscando contribuições.
Juntou mais R$ 8,1 milhões em
um mês de trabalho.
O maior doador entre as pessoas físicas foi o banqueiro Walther Moreira Salles. Ele contribuiu com R$ 150 mil no dia 7 de
outubro, três dias após a reeleição
de FHC.
As contribuições individuais
somaram apenas R$ 913,1 mil
(2,1% do total). Vários membros
do governo federal fizeram doações nas últimas semanas.
FHC recebeu, por exemplo, R$
1.000 do presidente do Banco do
Brasil, Paulo César Ximenes, e R$
500 do presidente da Caixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo.
O presidente do Incra, Milton
Seligman, doou R$ 250. O secretário-executivo do Ministério do
Planejamento, Martus Tavares,
foi mais contido: limitou-se ao
valor de R$ 50. O secretário da
Receita Federal, Everardo Maciel,
contribuiu com R$ 100.
FHC também recebeu doações
(SILVANA DE FREITAS, LUCIO VAZ e
DANIEL BRAMATTI)
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