São Paulo, Domingo, 26 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Século da globalização
Estudo do economista Marcio Pochmann (Unicamp) mostra que o século 20 foi a era da globalização, mas também da concentração de renda em escala mundial. As distâncias físicas foram "encurtadas" pelo avanço das telecomunicações, mas as sociais se multiplicaram.

Um passo à frente...
De 1900 a 1980 caiu de 368 para 356 o número de vezes que o PIB (conjunto de riquezas do país) dos EUA era maior do que o PIB médio dos países africanos (os mais pobres do mundo), mostra a pesquisa.

...e muitos para trás
Em 1998, no auge da economia globalizada, o PIB norte-americano já havia saltado para 576 vezes o PIB médio africano. Não só aniquilou os ganhos de 80 anos, como a diferença de renda tornou-se 56% maior do que era no início do século.

De olho no Planalto
O governador Anthony Garotinho (RJ) contratou Marcos Coimbra (Vox Populi) para analisar pesquisas eleitorais. Procurou também Antonio Lavareda, mas o mago das pesquisas de FHC diz que a conversa, rápida, não passou por eleições.

Haja jogo de cintura
A eleição de 2000 no Rio é estratégica para Garotinho. Ele diz que apóia Benedita da Silva (PT), mas tem gente ligada a ele fazendo pontes com Luiz Paulo Conde (PFL). O governador não pretende atacar o prefeito.

Gregos e troianos
Apesar do desgaste de ter se colocado como um candidato que vai correr atrás dos votos conservadores na eleição de 2000, o tucano Geraldo Alckmin tentará transitar da centro-direita à centro-esquerda na disputa pela prefeitura.

Figueiredo
Georges Gazale, empresário e um dos melhores amigos de João Figueiredo, passou mal anteontem ao saber da morte do último presidente do regime militar. Chegou a ser medicado.

Trajetória eleitoral 1

Estudo feito em oito assembléias legislativas mostra que 45% dos deputados estaduais nunca foram prefeitos ou vereadores. No Rio de Janeiro, onde o índice é o mais alto, 62% dos parlamentares não passaram por eleições municipais.

Trajetória eleitoral 2
Segundo o cientista político Rui Tavares Maluf, autor da pesquisa, o trabalho "coloca em xeque a idéia de que a vida eletiva dos políticos começa no âmbito local". O PC do B é o partido no qual há menos deputados com passagens por prefeituras e câmaras municipais: 29%.

Sem nada
Deu no jornal: foi pedida a falência da Associação dos Sem-Terra da Zona Oeste. Difícil mesmo será para os interessados encontrarem bens para serem arrestados no processo.

Placar apertado
A Assembléia Legislativa paulista fez 215 sessões em 99 -ou 0,59 sessão por dia. Foi o bastante para que os deputados votassem 248 projetos de lei, duas emendas à Constituição estadual e 109 vetos de Covas (dos quais 53 foram rejeitados).

Perdeu o escudo
Presidente da Assembléia capixaba, José Carlos Gratz (PFL) sentiu o efeito de ter sido indiciado pela CPI do Narcotráfico. Ele despencou nas pesquisas para o Senado. E acusa o presidente da CPI, Magno Malta (PTB), de também ser candidato ao Senado pelo ES em 2002.

SP 2000
A Assembléia aprovou no dia 15 o Orçamento do governo paulista para 2000: a receita prevista é de R$ 37,6 bilhões, já incluídos R$ 7,960 bilhões para os municípios. O valor é só 3,5% maior do que a receita de 1999 -um crescimento menor do que a inflação do período.

TIROTEIO

De Fernando Collor de Mello (PRTB), sobre Luiza Erundina, pré-candidata do PSB à Prefeitura de SP, tê-lo chamado de despreparado e antiético, e de ter dito que é uma excrescência o ex-presidente disputar a sucessão de Pitta:
- Erundina demonstra o nível que vai impor à sua campanha. Nego-me a dela participar, pois estou preocupado em solucionar os problemas de São Paulo e não em ficar respondendo malcriação.

CONTRAPONTO

Bonde errado


O folclore sobre Adhemar de Barros, governador de São Paulo no início da década de 60, é rico em histórias pitorescas e gafes homéricas.
Certa vez, o governador -que já havia sido interventor no Estado durante o primeiro governo de Getúlio Vargas- foi convidado a participar de um encontro da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga.
A platéia estava lotada. Falava-se da importância do transporte rodoviário no desenvolvimento do país e citava-se a máxima do presidente Washington Luís "governar é construir estradas".
Já no final do evento, a palavra foi dada a Adhemar de Barros. Após cumprimentar os presentes, citando nominalmente alguns empresários, o governador cometeu mais uma das suas.
Sem pestanejar, foi logo dizendo, causando um constrangimento geral na platéia:
- Meus amigos, gostaria de falar sobre o transporte ferroviário de carga, a solução dos problemas brasileiros...


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