São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2001

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PAINEL

Ataque desafinado
O PTB atribui a queda de Ciro nas pesquisas ao discurso oposicionista do candidato. Segundo a cúpula do partido, o presidenciável tenta ocupar um espaço que já é de Lula (PT). "Enquanto isso, Roseana vai crescendo com os votos de quem defende mudanças com segurança."

Advertência tática
No começo do ano, Roberto Jefferson e José Carlos Martinez, presidente do PTB, pretendem conversar seriamente com Ciro sobre o assunto. Vão dizer ao presidenciável que ele deve adotar um discurso de centro, sem bater em FHC, sob o risco de não chegar ao segundo turno.

Cardápio de doente
Com Roseana bem à frente de Serra nas pesquisas, pefelistas começaram a ironizar o desempenho do tucano. Dizem que a candidatura do ministro da Saúde está mais para dieta de cardíaco: é insípida e inodora.

Tabuleiro eleitoral
O PT e o PSDB da Bahia devem selar um acordo pelo qual cada partido lançará um único candidato ao Senado na eleição de 2002. Sem a dobradinha, os partidos acham que não teriam como enfrentar a dupla a ser lançada pelo PFL carlista.

Última chamada

Jaime Lerner (PFL) estabeleceu 11 de janeiro como data limite para que os secretários que pretendam disputar a eleição de 2002 entreguem seus cargos. Rafael Greca e Alceni Guerra, pré-candidatos ao governo, já começaram a arrumar as gavetas.

Reeleição de risco
Zeca do PT está em segundo nas pesquisas para a eleição no MS, com 30,7%. André Puccinelli (PMDB) lidera com 50,7%.

Base rachada
O vice-governador do DF, Benedito Domingos (PPB), ameaça romper com Joaquim Roriz e lançar sua candidatura ao governo. Não gostou de saber que Maria Abadia (PSDB) será a vice na chapa de Roriz em 2002.

Campo minado
O balanço do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a ser apresentado até o final do ano a FHC, deverá criar polêmica. Raul Jungmann diz ter assentado cerca de 60 mil famílias, número bem abaixo da meta de 100 mil fixada para o ano.

Números da discórdia
José Rainha, um dos líderes nacionais do MST, diz que Jungmann não assentou nem 10 mil famílias no país. Segundo ele, o Incra está contabilizando como assentamentos, para chegar ao número de 60 mil, meros cadastros feitos pelos Correios.

Zero na fome
A ONG de direitos humanos Justiça Global confirmou para março a vinda ao Brasil do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação Jean Ziegler. Ele apurará possível omissão do governo no combate à fome. O Maranhão, um dos Estados mais pobres do país, poderá ser incluído no roteiro da visita.

Retratos do Brasil
A visita da outra relatora especial da ONU ao país, Asma Jahangir, é esperada para o segundo semestre. Asma dedica-se a colher denúncias sobre "execuções arbitrárias, sumárias e extra-judiciais". No Brasil, 2.000 pessoas são mortas nessas circunstâncias no país por ano, 600 só em São Paulo.

O preço do apoio
O PL expulsou o deputado distrital Renato Rainha. Pré-candidato ao governo do DF, Rainha abandonou seu mandato ao aceitar um cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas, oferecido por Joaquim Roriz, a quem fazia oposição.

Eleição potiguar
O senador Fernando Bezerra (PTB) lidera a corrida ao governo do RN, com 35%, segundo pesquisa feita pelo Vox Populi. É seguido pelo peemedebista Henrique Alves (25%) e pelo petista Geraldão, que tem 6%.

TIROTEIO

Do presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), sobre o crescimento de Roseana Sarney, pré-candidata do PFL, nas pesquisas para a Presidência da República:
- A Roseana (PFL) não aguenta uma semana de campanha eleitoral. Ela tem a imagem boa porque ninguém ainda conhece o péssimo governo que faz no Maranhão.

CONTRAPONTO

O homem errado

O senador Paulo Hartung (PSB-ES) foi o autor do projeto de lei que reajusta a tabela do Imposto de Renda.
Na última segunda-feira, a oposição surpreendeu o governo ao conseguir aprovar o projeto em um dia em que poucos senadores estavam no plenário.
Ao final da sessão, os repórteres cercaram Hartung. Enquanto dava entrevista, um homem de terno, com crachá de visitante, fazia sinais de que queria falar com o senador.
O rapaz esperou pacientemente por mais de uma hora o fim das entrevistas, aproximou-se de Hartung e disparou:
- O nome do senhor é Waldeck Ornélas, não é? Eu vim da Bahia para falar com o senhor!
Surpreso ao ser confundido com o senador baiano do PFL, Hartung ironizou:
- Não sou não, meu senhor. O Waldeck é rico e baiano. Eu sou pobre e capixaba!


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