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QUESTÃO INDÍGENA
Segurança que matou índio em MS está sumido
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Há riscos de novo confronto entre indígenas guaranis-caiuás e
seguranças de fazendeiros no município de Antônio João (MS), região de fronteira com o Paraguai.
No sábado à tarde, o índio Dorvalino Rocha, 39, foi assassinado
com um tiro no peito por um segurança, que está foragido.
O sertanista da Funai (Fundação Nacional do Índio) Odenir
Pinto Oliveira disse que um segurança desceu de um Fiat branco, e
atirou em Dorvalino, que estava
na porteira da fazenda Fronteira,
do lado de fora.
No dia 15 passado, a PF retirou
cerca de 700 índios, incluindo
Dorvalino, de três fazendas vizinhas, uma delas a Morro Alto,
atendendo a decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim. A área de
9.300 hectares disputada com os
fazendeiros foi homologada como terra indígena em março pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas a decisão judicial mantém
os guaranis-caiuás fora das terras.
Ontem de madrugada, segundo
o delegado, houve disparos com
armas de fogo contra a sede da fazenda Morro Alto. Ele suspeita
dos indígenas. "Os índios não têm
armas", diz o assessor da Funai.
Segundo ele, haverá uma manifestação pacífica hoje na estrada.
O delegado disse, porém, temer
que os índios matem algum fazendeiro. O dono da Morro Alto
afirma ter sido ameaçado de morte há semana.
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