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Barreiro foi escolhido porque sabia português
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
Mario Barreiro foi detido
pela primeira vez no Brasil
em 1999, por tráfico de armas, quando foi sentenciado
a 17 anos e três meses de prisão. O ex-agente deixou o
Uruguai na década de 80,
após ser expulso do serviço
de inteligência. Questionado, ele se recusa a revelar o
motivo da expulsão.
Após deixar seu país, Barreiro morou em cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai e no fim dos anos 90 se mudou para Gravataí.
Lá, a polícia encontrou em
sua casa granadas, pistolas e
fuzis. Barreiro foi levado para o Presídio Central de Porto Alegre e, em 2000, foi
transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de
Charqueadas.
Em maio de 2003, passou a
cumprir pena em regime semi-aberto em Venâncio Aires (RS), mas fugiu da prisão.
Ele foi recapturado e levado para Charqueadas, onde
cumpre pena por tráfico de
armas, falsidade ideológica,
roubo e formação de quadrilha. Barreiro nega a acusação
de roubo, mas confirma que
usava documentos falsos e tinha armas em sua casa.
Ao ser preso em 1999, ele
usava o nome de Antônio
Meirelles Lopes. Barreiro diz
que aos 18 anos começou a
integrar o Gamma (Grupo de
Ações Militares Anti-Subversivas), serviço secreto de
inteligência do Uruguai.
Disse que coube a ele a tarefa de vigiar o presidente
João Goulart (1918-1976)
porque sabia português e era
estudante de engenharia.
"Acho que me escolheram
porque na época eu já era estudante de eletrônica, era
bastante entendido na matéria, e além disso estava fazendo curso de português.
Eu não era um homem violento, nem de porte físico
privilegiado, nada que pudesse fazer com que fosse escolhido para uma função como essa, tão delicada", disse.
(SIMONE IGLESIAS)
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