São Paulo, quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

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Oposição e governo dizem que medida afugentará doadores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dirigentes de partidos de oposição e de governo têm a mesma posição sobre a proposta do TSE de tentar barrar as doações ocultas e antecipar a prestação de contas: são contra, sob o argumento de que as medidas são de difícil implantação, afugentaria os doadores e afrontaria decisão do Congresso, que optou pela manutenção das doações ocultas.
Ontem a Folha revelou que a proposta de resolução do TSE com as novas regras de prestação de contas ainda deixa brechas para doações ocultas. Dos partidos ouvidos pela reportagem, apenas o PDT manifestou opinião favorável à proposta.
"Essa é uma proposta de alguém que não conhece como é feita uma campanha. É impossível de ser colocada em prática, é inviável, não é operacional", disse o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), sobre a exigência de ligação direta entre a empresa doadora e o candidato beneficiado.
Presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra disse que o assunto será estudado pelo partido, mas que "o TSE não pode tomar decisão que vá contra o que o Congresso decidiu".
O senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, argumenta que a medida estimularia o caixa dois: "A tentativa de dificultar as doações legais tem como efeito o aumento das doações ilegais. Não há senso, porque todo desestimulo às doações legais é um estímulo às doações ilegais".
Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, tem opinião semelhante. Segundo ele, o partido esperará a aprovação da resolução para estudar que atitude tomar. Mas argumenta que o tribunal deve tentar restringir a existência do caixa dois, não tomar medidas que inibam o financiamento legal e declarado.
Já o presidente do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS), disse que o partido defende a transparência. "Se a resolução vai no sentido da transparência, terá nosso apoio."
(RB e FS)


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