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Oposição e governo dizem que medida afugentará doadores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dirigentes de partidos de
oposição e de governo têm a
mesma posição sobre a proposta do TSE de tentar barrar as
doações ocultas e antecipar a
prestação de contas: são contra,
sob o argumento de que as medidas são de difícil implantação, afugentaria os doadores e
afrontaria decisão do Congresso, que optou pela manutenção
das doações ocultas.
Ontem a Folha revelou que a
proposta de resolução do TSE
com as novas regras de prestação de contas ainda deixa brechas para doações ocultas. Dos
partidos ouvidos pela reportagem, apenas o PDT manifestou
opinião favorável à proposta.
"Essa é uma proposta de alguém que não conhece como é
feita uma campanha. É impossível de ser colocada em prática, é inviável, não é operacional", disse o presidente do PP,
senador Francisco Dornelles
(RJ), sobre a exigência de ligação direta entre a empresa doadora e o candidato beneficiado.
Presidente eleito do PT, José
Eduardo Dutra disse que o assunto será estudado pelo partido, mas que "o TSE não pode
tomar decisão que vá contra o
que o Congresso decidiu".
O senador Sérgio Guerra
(PE), presidente do PSDB, argumenta que a medida estimularia o caixa dois: "A tentativa
de dificultar as doações legais
tem como efeito o aumento das
doações ilegais. Não há senso,
porque todo desestimulo às
doações legais é um estímulo às
doações ilegais".
Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, tem opinião semelhante. Segundo ele, o partido
esperará a aprovação da resolução para estudar que atitude
tomar. Mas argumenta que o
tribunal deve tentar restringir
a existência do caixa dois, não
tomar medidas que inibam o financiamento legal e declarado.
Já o presidente do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS),
disse que o partido defende a
transparência. "Se a resolução
vai no sentido da transparência, terá nosso apoio."
(RB e FS)
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