São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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Sindicância ainda não começou investigação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Instalada há oito dias pelo ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política e Assuntos Institucionais), a comissão de sindicância que investiga os atos de Waldomiro Diniz na Subchefia de Assuntos Parlamentares da Presidência já admite pedir a prorrogação dos trabalhos por mais 30 dias. A comissão avalia que talvez não consiga concluir seu relatório em três semanas.
Composta por três servidores do Poder Executivo, a comissão, desde que foi instalada, permanece numa fase de leitura de jornais e revistas sobre o caso e na coleta de documentos. De investigação, por enquanto, nada foi feito.
"Estamos numa fase de coleta de informações para depois definirmos o cronograma de nosso trabalho. Estamos nos planejando", afirmou Amarildo Baesso, servidor do Ministério da Justiça.
Os outros dois membros são Edmar Fernandes de Oliveira, da Advocacia Geral da União, e Fernando Luiz Albuquerque de Farias, assessor da subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. A comissão trabalha no prédio anexo ao Palácio do Planalto.
A comissão, que deve entregar seu relatório em 19 de março, já trabalha com a possibilidade de convidar o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares para prestar esclarecimentos sobre o caso que gerou a maior turbulência política do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Waldomiro, porém, não é obrigado a aceitar o convite. Outras pessoas, segundo Baesso, também serão convidadas.
"O objetivo é encerrar os trabalhos nos 30 dias, mas, caso não seja possível, principalmente pelo volume de documentos que solicitamos e ainda aguardamos, além das pessoas que temos de ouvir, teremos de pedir a prorrogação", disse Baesso.
O ministro Aldo Rebelo, que pode prorrogar por mais 30 dias o prazo dos trabalhos das comissão, disse ontem, em entrevista no Planalto, que entregou todos os documentos solicitados até agora pelos servidores.
Questionado sobre o teor dos documentos, o ministro ironizou: "Não me lembro. Assinei e despachei. Foram vários documentos, e eu não estou lembrado". Aldo disse que não recebeu dos servidores nenhum resumo dos trabalhos feitos até agora. "Não me disseram nem eu pedi. A comissão é independente e tem um prazo para apresentar um resultado."
Nenhum dos integrantes da comissão de sindicância trabalhou em órgãos nos quais Waldomiro ocupou cargos ao longo dos últimos anos. (ES)


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