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Procuradoria analisa contradições da GTech
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
analisa contradições e aspectos
confusos ou mal explicados identificados nas declarações formais
da empresa GTech, nas quais a
multinacional tenta determinar
que tipo de relação teria mantido
com o ex-subchefe de Assuntos
Parlamentares da Presidência da
República Waldomiro Diniz.
O conjunto analisado inclui
duas notas públicas, uma entrevista do ex-assessor e declarações
do porta-voz da empresa nos Estados Unidos, Robert Vincent,
publicadas pelo "Wall Street Journal" na última terça-feira.
Em nota divulgada no dia 20 de
fevereiro, a GTech informou que,
no início de 2003, foi convidada
por Waldomiro "para esclarecer à
nova equipe de governo sobre a
posição da empresa diante de divergências contratuais com a Caixa Econômica Federal".
O encontro, do qual participou,
além de dois diretores da GTech e
Waldomiro, o empresário do jogo
Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aconteceu no dia 6 de janeiro do ano passado, no hotel
Blue Tree Tower, em Brasília.
Ao Ministério Público, Cachoeira disse que apresentou Waldomiro à GTech, declaração confirmada pelo ex-assessor em entrevista à revista "Época". No entanto a empresa apresentou duas
versões sobre o episódio.
Na nota divulgada no Brasil,
afirma que compareceu ao encontro "convidada por Waldomiro", qualificando-o como subchefe da Casa Civil. Mas, ao comentar
a autoria do convite, o porta-voz
Vincent foi reticente. Em entrevista ao "Wall Street Journal", ele
confirma a presença de Cachoeira, "mas não a convite da GTech".
A dúvida do Ministério Público:
quem teria sido o anfitrião?
Na mesma nota de 20 de fevereiro, a GTech declara que, "nos contatos subseqüentes, a empresa
considerou ser de seu melhor interesse encerrar o diálogo". Por
meio de sua assessoria, a GTech
disse ontem à Folha que houve
novos "contatos", mas que encerrou o "diálogo" com Waldomiro.
Diante da revelação de que seu
diretor Marcelo Rovai discutiu
com Cachoeira possíveis negócios
em 2003, conforme reportagem
do jornal "O Globo", em uma nova nota pública a GTech informou
que teve, sim, parcerias com o
empresário, mas que teriam terminado em 2000.
Os procedimentos relacionados
à GTech estão levantando as possíveis pontes de Waldomiro na
Caixa. Estão no alvo funcionários
do banco que atuaram com ele no
governo do Distrito Federal na
gestão de Cristovam Buarque.
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