São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

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JANIO DE FREITAS

O que falta


A demora na escolha do novo ministério não sugere que se precise dele com urgência. O país precisa é de presidente

QUEM DEVERIA SER o ministro da reforma agrária desde 2 de janeiro, não se sabe. Quais são os possíveis nomes para o cargo, quando houver o ministério do segundo mandato de Lula, não se sabe. Quando o país será dotado desse novo ministério, não se sabe. Mas, para que não se crie tamanha lacuna informativa, sabe-se que a inércia e a inépcia do governo, que não cumpriu nem um quarto da promessa de Lula de assentar 400 mil famílias em quatro anos, começam a receber dos sem-terra uma resposta já manchada do seu sangue.
Nada disso sugere, porém, que o país precise com urgência de novo e enorme ministério. Precisa é de presidente.

Justeza
Reproduzo do noticiário um trecho do parecer enviado ao Supremo Tribunal, pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o inquérito em que a Polícia Federal de Mato Grosso indiciou Aloizio Mercadante no chamado caso do dossiê: "Pode-se afirmar com segurança que não há um único elemento nestes autos que aponte para o envolvimento do senador Aloizio Mercadante nos fatos".
O verdadeiro caso, nesse episódio mal contado, não é o do dossiê. É o da criação dessa novela, ainda bem que de curta duração. O delegado Paulo Lacerda não merecia que, durante seu trabalho excelente, como diretor-geral da Polícia Federal, ocorresse esse desvio novelesco.

Na certa
Dizem e escrevem que a indicação de Paulo Nogueira Batista Jr. para representar o Brasil no FMI é contraditória, é polêmica e incoerente. Por ser um economista com longa história de contestação às conhecidas obsessões que o FMI impôs mundo afora.
É por levar ao FMI um ponto de vista divergente que Nogueira Batista começa por justificar sua indicação. Credencial maior está na certeza, que nos dá, de que tem o que dizer para ser ouvido com a melhor atenção.
O inconveniente da sua ida estará na ausência, aqui, da contribuição que tem dado à análise e à crítica das políticas econômicas. A indicação mais correta de Paulo Nogueira Batista Jr., a rigor, deveria ser para um cargo de governo. Desde os primeiros dias do primeiro mandato de Lula.

Sempre
A figura de um ex-presidente do Supremo Tribunal Federal fazendo propaganda de cerveja, com uma camiseta de inscrições fartamente promocionais, não poderia ter seguimento mais coerente do que um périplo seu para angariar apoio, nos quintais peemedebistas fluminenses e outros, à pretensão de presidir o partido.
Da presidência do Supremo Tribunal Federal para a presidência do PMDB. Só mesmo Nelson Jobim.


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