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JANIO DE FREITAS
O que falta
A demora na escolha do novo ministério não sugere que se precise dele com urgência. O país precisa é de presidente
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QUEM DEVERIA SER o ministro
da reforma agrária desde 2
de janeiro, não se sabe. Quais
são os possíveis nomes para o cargo,
quando houver o ministério do segundo mandato de Lula, não se sabe.
Quando o país será dotado desse novo ministério, não se sabe. Mas, para
que não se crie tamanha lacuna informativa, sabe-se que a inércia e a
inépcia do governo, que não cumpriu nem um quarto da promessa de
Lula de assentar 400 mil famílias
em quatro anos, começam a receber
dos sem-terra uma resposta já manchada do seu sangue.
Nada disso sugere, porém, que o
país precise com urgência de novo e
enorme ministério. Precisa é de presidente.
Justeza
Reproduzo do noticiário um trecho do parecer enviado ao Supremo Tribunal, pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o inquérito em
que a Polícia Federal de Mato
Grosso indiciou Aloizio Mercadante no chamado caso do dossiê: "Pode-se afirmar com segurança que
não há um único elemento nestes
autos que aponte para o envolvimento do senador Aloizio Mercadante nos fatos".
O verdadeiro caso, nesse episódio mal contado, não é o do dossiê.
É o da criação dessa novela, ainda
bem que de curta duração. O delegado Paulo Lacerda não merecia
que, durante seu trabalho excelente, como diretor-geral da Polícia
Federal, ocorresse esse desvio novelesco.
Na certa
Dizem e escrevem que a indicação de Paulo Nogueira Batista Jr.
para representar o Brasil no FMI é
contraditória, é polêmica e incoerente. Por ser um economista com
longa história de contestação às conhecidas obsessões que o FMI impôs mundo afora.
É por levar ao FMI um ponto de
vista divergente que Nogueira Batista começa por justificar sua indicação. Credencial maior está na
certeza, que nos dá, de que tem o
que dizer para ser ouvido com a
melhor atenção.
O inconveniente da sua ida estará
na ausência, aqui, da contribuição
que tem dado à análise e à crítica
das políticas econômicas. A indicação mais correta de Paulo Nogueira
Batista Jr., a rigor, deveria ser para
um cargo de governo. Desde os primeiros dias do primeiro mandato
de Lula.
Sempre
A figura de um ex-presidente do
Supremo Tribunal Federal fazendo
propaganda de cerveja, com uma
camiseta de inscrições fartamente
promocionais, não poderia ter seguimento mais coerente do que um
périplo seu para angariar apoio,
nos quintais peemedebistas fluminenses e outros, à pretensão de
presidir o partido.
Da presidência do Supremo
Tribunal Federal para a presidência do PMDB. Só mesmo Nelson
Jobim.
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