São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministério mudará pouco, afirma Lula

Presidente diz ainda que está aguardando fim do troca-troca partidário na Câmara para definir novos nomes de sua equipe

Afirmações foram feitas em programa semanal de rádio; petista não respondeu se Marta Suplicy irá ganhar um cargo na Esplanada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em seu programa de rádio, que não vai haver "muita mudança" e nem "grande novidade" na reforma ministerial. Sobre a demora em realizar as mudanças, Lula disse que vai esperar o fim do troca-troca partidário entre congressistas para anunciar os novos nomes do primeiro escalão.
O petista vai dividir o ministério de acordo com o tamanho de cada partido no Congresso, por isso definiu como um "problema" que as trocas partidárias ainda não tenham acabado.
"O problema é que os partidos estão em um processo de alinhamento. Eu vejo todo dia pela imprensa, converso com as lideranças: tal partido tinha 40 deputados, passou para 46, tal partido tinha 50, caiu para 48. Ou seja, ainda não terminou esse movimento dentro dos partidos políticos. [Quando terminar] me dará muito mais tranqüilidade para definir a montagem do governo e aquilo que eu quero trocar", disse Lula no programa semanal de rádio, o "Café com o Presidente".
O petista mandou um recado aos partidos aliados, de que todos devem estar satisfeitos.
"Não vai haver muita mudança [no ministério]. Você há de convir que todos os partidos, com exceção do PDT, estão contemplados dentro do governo, ou seja, você pode trocar alguns nomes, mas a maioria dos partidos já está totalmente contemplada", afirmou Lula.
O presidente tem recebido representantes dos 11 partidos que compõem a coalizão de governo para tratar do espaço de cada sigla no novo ministério.
Os dois principais entraves são o PT, que resiste a abrir espaço para aliados, e o PMDB, que continua dividido em duas facções, a despeito do discurso do Palácio do Planalto de que pela primeira vez na história um governo conseguiu o apoio em peso do partido.
"Eu tenho trabalhado com muita insistência para uma unificação do PMDB. Todo mundo sabe da importância do PMDB para consolidar a nossa base de aliança", disse Lula.
Ele negou que vá esperar a convenção da sigla, marcada para 11 de março, para anunciar a reforma. "Não se trata de aguardar a convenção do PMDB. Eu não tenho compromisso de fazer depois da convenção ou antes da convenção."
O encontro do PMDB é importante porque vai definir quem fica no comando do partido, se a ala da Câmara ou a do Senado. O presidente quer esperar a definição para saber com quem negociar o espaço e os cargos do PMDB.
Lula aproveitou para reclamar das especulações de ministeriáveis por meio da mídia. "A única coisa que, às vezes, me deixa assim um pouco constrangido, é que eu vejo pela imprensa nomes e mais nomes, pessoas e mais pessoas, todo dia sai um, todo dia entra um."
O entrevistador perguntou ao presidente se a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) irá para o Ministério das Cidades. "A imprensa está falando que o ministro Gilberto Gil, por exemplo, continua na Cultura, já está confirmado; que Marta Suplicy pode ir para as Cidades. Como é que o senhor vê isso? É uma pressão muito forte?"
Lula se esquivou. "Até agora, todos continuam", disse, sem responder sobre Marta. (PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)

Texto Anterior: Coaf aponta uso de loterias da Caixa para lavar dinheiro
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.