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Ministério mudará pouco, afirma Lula
Presidente diz ainda que está aguardando fim do troca-troca partidário na Câmara para definir novos nomes de sua equipe
Afirmações foram feitas em programa semanal de rádio; petista não respondeu se Marta Suplicy irá ganhar
um cargo na Esplanada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em seu
programa de rádio, que não vai
haver "muita mudança" e nem
"grande novidade" na reforma
ministerial. Sobre a demora em
realizar as mudanças, Lula disse que vai esperar o fim do troca-troca partidário entre congressistas para anunciar os novos nomes do primeiro escalão.
O petista vai dividir o ministério de acordo com o tamanho
de cada partido no Congresso,
por isso definiu como um "problema" que as trocas partidárias ainda não tenham acabado.
"O problema é que os partidos estão em um processo de
alinhamento. Eu vejo todo dia
pela imprensa, converso com
as lideranças: tal partido tinha
40 deputados, passou para 46,
tal partido tinha 50, caiu para
48. Ou seja, ainda não terminou
esse movimento dentro dos
partidos políticos. [Quando terminar] me dará muito mais
tranqüilidade para definir a
montagem do governo e aquilo
que eu quero trocar", disse Lula
no programa semanal de rádio,
o "Café com o Presidente".
O petista mandou um recado
aos partidos aliados, de que todos devem estar satisfeitos.
"Não vai haver muita mudança [no ministério]. Você há
de convir que todos os partidos,
com exceção do PDT, estão
contemplados dentro do governo, ou seja, você pode trocar alguns nomes, mas a maioria dos
partidos já está totalmente
contemplada", afirmou Lula.
O presidente tem recebido
representantes dos 11 partidos
que compõem a coalizão de governo para tratar do espaço de
cada sigla no novo ministério.
Os dois principais entraves
são o PT, que resiste a abrir espaço para aliados, e o PMDB,
que continua dividido em duas
facções, a despeito do discurso
do Palácio do Planalto de que
pela primeira vez na história
um governo conseguiu o apoio
em peso do partido.
"Eu tenho trabalhado com
muita insistência para uma
unificação do PMDB. Todo
mundo sabe da importância do
PMDB para consolidar a nossa
base de aliança", disse Lula.
Ele negou que vá esperar a
convenção da sigla, marcada
para 11 de março, para anunciar
a reforma. "Não se trata de
aguardar a convenção do
PMDB. Eu não tenho compromisso de fazer depois da convenção ou antes da convenção."
O encontro do PMDB é importante porque vai definir
quem fica no comando do partido, se a ala da Câmara ou a do
Senado. O presidente quer esperar a definição para saber
com quem negociar o espaço e
os cargos do PMDB.
Lula aproveitou para reclamar das especulações de ministeriáveis por meio da mídia. "A
única coisa que, às vezes, me
deixa assim um pouco constrangido, é que eu vejo pela imprensa nomes e mais nomes,
pessoas e mais pessoas, todo
dia sai um, todo dia entra um."
O entrevistador perguntou
ao presidente se a ex-prefeita
Marta Suplicy (PT) irá para o
Ministério das Cidades. "A imprensa está falando que o ministro Gilberto Gil, por exemplo, continua na Cultura, já está
confirmado; que Marta Suplicy
pode ir para as Cidades. Como é
que o senhor vê isso? É uma
pressão muito forte?"
Lula se esquivou. "Até agora,
todos continuam", disse, sem
responder sobre Marta.
(PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)
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