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SOMBRA NO PLANALTO
Pesquisa CNI/Ibope mostra ainda que caso Waldomiro é notícia mais lembrada sobre o governo
Aprovação ao governo Lula cai 12 pontos em três meses
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa encomendada pela
CNI (Confederação Nacional da
Indústria) ao Ibope mostra queda
de 12 pontos percentuais na aprovação ao governo de Luiz Inácio
Lula da Silva. Foi a maior queda
nas cinco pesquisas feitas pelo
instituto desde o início da atual
gestão. O índice de aprovação,
que era de 66% em dezembro,
passou para 54% neste mês, o menor nos cinco levantamentos.
A desaprovação à administração Lula subiu de 25% para 39%.
A pesquisa mostra que o caso
Waldomiro Diniz "colou" na
imagem da gestão do presidente
petista. No "recall" de notícias sobre o governo, o episódio é o mais
citado, com 12% de menções, seguido da proibição dos bingos,
com 10%, e da ação de governistas
para barrar uma CPI, com 4%.
A pesquisa, realizada entre os
dias 20 e 25 deste mês em 151 municípios de todos os Estados, ouviu 2.000 eleitores com 16 anos ou
mais. A margem de erro é de 2,2
pontos percentuais.
Ao apresentar a pesquisa, o diretor de desenvolvimento da CNI,
Marco Antônio Guarita, disse que
fica clara a preocupação da população com o crescimento econômico e a geração de empregos.
Entre as principais tarefas do governo Lula para este ano, 58%
afirmam que é a promoção de
emprego, 21% apontam a melhoria de salários, 11% citam o controle da inflação, e 8% indicam a
melhoria das condições sociais.
O percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom caiu
de 41%, em dezembro último, para 34%, enquanto o índice dos
que o consideram ruim ou péssimo subiu de 14% para 23%.
A confiança no presidente, embora continue elevada, também
sofreu queda. O percentual dos
que confiam em Lula era de 69%
em dezembro e passou para 60%
na última pesquisa. O índice de
pessoas que não confiam no presidente subiu de 26% para 36%.
De acordo com a MCI Marketing, Estratégia e Comunicação
Institucional, que fez a análise da
pesquisa, o cenário de pessimismo moderado verificado na pesquisa anterior evoluiu para um
cenário de forte pessimismo em
relação a questões como desemprego, inflação e renda.
A MCI atribui a queda da avaliação do governo ao caso Waldomiro e ao anúncio de vários indicadores econômicos desfavoráveis
nos últimos três meses, como a
retração do PIB do país em 2003 e
o aumento do desemprego.
A pesquisa mostra que as quedas de expectativa e das avaliações ocorrem de maneira contundente nos municípios com mais
de 100 mil habitantes, capitais e
periferias das grandes cidades.
Nas com mais de 100 mil habitantes, 53% dizem que o país está "no
caminho errado", contra 36% que
acham que está na direção certa.
Os resultados econômicos do
ano passado e o escândalo envolvendo Waldomiro Diniz, de acordo com a MCI, refletiram diretamente na expectativa do brasileiro sobre a evolução da economia.
Enquanto, em dezembro, 40%
dos entrevistados achavam que a
inflação iria aumentar e 23% afirmavam que iria diminuir, hoje
48% dizem que vai aumentar, e só
13% acreditam que vá diminuir.
Em relação ao desemprego,
54% dizem que vai aumentar, e
21%, que vai diminuir. Há três
meses, 47% acreditavam em aumento do desemprego, enquanto
29% apontavam para a redução.
Entre as regiões do país, a maior
queda de avaliação aconteceu no
Sudeste. Em relação a todos os tópicos pesquisados, houve queda
na avaliação das ações do governo. Dos temas apresentados, a
aprovação de ações continua com
saldo positivo no combate à fome
e à pobreza. O índice nesse item
era de 73% e caiu para 59%.
Datafolha
No início do mês, pesquisa Datafolha revelava que o maior prejudicado político com o caso Waldomiro era seu ex-chefe: 67% dos
entrevistados achavam que o ministro José Dirceu (Casa Civil) deveria se afastar de seu cargo.
O levantamento também mostrava que 81% defendiam uma
CPI para o caso Waldomiro, surgido com a divulgação de uma fita
de vídeo de 2002 em que o ex-assessor, então no governo Benedita
da Silva (PT-RJ), aparece pedindo
propina a um empresário. Na
pesquisa Datafolha, foram ouvidas 2.306 pessoas em 132 cidades
de todos os Estados. A margem de
erro é de dois pontos percentuais.
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