São Paulo, sábado, 27 de março de 2004

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Para Genoino, resultado é "alerta"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Genoino, considera um "alerta" a pesquisa do Ibope divulgada ontem mostrando queda de 12 pontos percentuais na aprovação do governo, a maior registrada desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Já a cúpula do governo, formada pelo presidente Lula e seus principais ministros, esperava uma queda, mas não tão significativa, segundo apurou a Folha. Pesquisas internas do próprio Planalto já apontavam para um preço do caso Waldomiro Diniz em termos de popularidade.
"A pesquisa serve de alerta para que façamos funcionar 100% essa engrenagem entre governo, PT e partidos aliados. Devemos trabalhar numa virada, numa ofensiva política e econômica", afirma o presidente do PT.
Segundo Genoino, são óbvias as principais razões para a queda da aprovação do governo Lula. Ele avalia que houve uma "confluência" de três fatores mais importantes: o desgaste com o caso Waldomiro Diniz, indicadores econômicos ruins, como queda de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e alta taxa de desemprego, e o que chamou de "confusões" no governo federal.
Na avaliação do presidente do PT, o caso Waldomiro passa a perder força de agora em diante. Ele acha que, nesse quesito, o pior ficou para trás. Sobre os indicadores econômicos, Genoino afirma que eles estão melhorando e vão melhorar ainda mais.

Confusões
As "confusões" no governo, segundo o presidente do PT, foram divergências entre ministros, como no episódio Roberto Rodrigues (Agricultura) contra Guido Mantega (Planejamento), e uma imagem de paralisia provocada pelos efeitos do caso Waldomiro.
Genoino diz que, nos últimos dias, Lula e seus principais ministros tomaram providências para superar essas "confusões", fazendo reuniões para tocar projetos do governo e resolvendo pendências dos ministérios.
Daí ele defender que seja necessária uma ofensiva política (melhor relacionamento com os partidos aliados no Congresso e com o próprio PT) e uma ofensiva econômica (com medidas da chamada agenda positiva sendo efetivadas para gerar empregos).
(KENNEDY ALENCAR)


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