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Os principais líderes da oposição no Congresso disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu o senso da realidade ao afirmar que os "conservadores" são os responsáveis pela atual crise política. Segundo a oposição, a condução econômica do governo é que é "ultraconservadora".
"Ele é que faz uma política ultraconservadora na economia e não sabe se explicar para o país, está vivendo um momento difícil e não sabe o que dizer. Ele foi eleito para governar e não para divagar", disse o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
Durante encontro anteontem no Palácio do Planalto, o presidente disse a representantes do movimento hip hop -em conversa testemunhada pela Folha- que a crise atual é de responsabilidade dos "conservadores", que estariam preparando uma "guerra contra o governo" devido a um suposto temor de perder as eleições deste ano nas capitais.
O presidente nacional do PT, José Genoino, defendeu as declarações de Lula, afirmando que os "setores conservadores" até hoje não aceitaram a vitória do PT. "Vez ou outra botam as manguinhas de fora. O governo tem que agir com atenção porque qualquer errinho eles transformam em um grande erro", disse.
"Ele está delirando, a crise política atual se deve à disputa entre os conservadores e xiitas do próprio governo dele. Ele não sabe controlar. Conservadora é a política econômica do [Antonio] Palocci, a quem ele dá cobertura", disse o senador Agripino Maia (RN), líder do PFL no Senado.
Para o deputado Custódio Mattos (MG), líder do PSDB na Câmara, os argumentos de Lula são ingenuamente "panglossianos" (otimistas). "Essa crise tomou corpo justamente devido a essas avaliações superficiais. A oposição vem tendo uma atuação extremamente prudente", disse.
"Essa argumentação é de um escapismo e de uma arrogância doentios. Ele é que tem um política econômica conservadora", afirmou o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM). "Antes o Lula acusava os 300 picaretas do Congresso, agora, a culpa é dos conservadores. Ele descobriu uma nova sociologia, a do diversionismo", afirmou.
Para o deputado Pauderney Avelino (AM), um dos vice-líderes do PFL na Câmara, as palavras do presidente não teriam sido motivadas por pesquisas mostrando possíveis vitórias governistas nas capitais -como Lula disse-, mas o contrário. "Ele tem as pesquisas e sabe que vai perder, então está se antecipando e tirando uma carta de seguro", afirmou.


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