São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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OUTRO LADO

Representantes de empresas e banco negam irregularidades

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Colucci Propaganda Ltda., Oscar Colucci, nega que a Nossa Caixa tenha recusado operações de crédito com sua agência porque os contratos não tinham sido prorrogados. "A Colucci, até o último instante, tinha o direito de fazer o recebível na Nossa Caixa, e usava isso quando era necessário".
Segundo o publicitário, "era uma operação em condições normais de cliente de banco, pagando juros, nada especial". "Eu apresentava como garantia as faturas do mês. A Nossa Caixa nunca adiantou um tostão para a Colucci." Ele reafirma que assinou o contrato "em encontro particular [com Castro Júnior], num lugar separado, fora do banco". Mas recusa-se a revelar o local.
"Não é normal, mas eu estava procurando [Castro Júnior] fazia meses para assinar o contrato. Eu disse: vamos nos encontrar numa esquina, num parque, onde você achar melhor...". "Eu não diria [que foi uma tentativa] escondida, mas uma tentativa muito forte da minha parte, não desesperada, mas dentro do meu direito de ter o contrato assinado, porque eu estava trabalhando e sem contrato não é possível".
"Eu recebi uma carta dele, com 60 dias de antecedência, dizendo que o contrato seria assinado, a carta está comigo, e que seria assinado oportunamente e que estava OK a continuação do trabalho."
Ele diz que "é uma mentira muito grande" Castro Júnior afirmar que sua versão é uma "fantasia". "Jaime não tinha poder para assinar o contrato, mas tinha poder para me trazer o contrato". "Minha grande inocência foi ter assinado o contrato e não ter ficado com uma cópia", diz. Colucci nega ter recomendado à Full Jazz não pressionar a Nossa Caixa.
O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, disse, em ofício ao Ministério Público, que "nunca houve saque adiantado por parte das agências". "O que ocorreu, como de resto praticado por vários fornecedores do banco, do Estado e de outras empresas com créditos privados, foi o desconto de recebíveis, negócio puramente comercial, decidido pela área comercial".
À comissão de sindicância, referindo-se ao ex-gerente Jaime de Castro Júnior, Monteiro disse que "se sentiu muito traído por alguém que gozou de sua inteira confiança". (FV)


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