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DEM diz que denúncia contra partidos é para "desviar foco" de refinaria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os principais partidos da
oposição disseram ontem que
ação da Polícia Federal durante
a Operação Castelo de Areia teve viés político ao não incluir o
PT entre os partidos que receberam doações da Camargo
Corrêa. PSDB e DEM vão à Justiça para ter acesso ao processo.
Para Rodrigo Maia, presidente do partido, a divulgação da
denúncia tem como objetivo
"desviar o foco" da operação,
que também investiga supostas
irregularidades em refinaria da
Petrobras em Pernambuco.
"Imagina se o PT não tem nenhum político que tenha recebido recursos de forma ilegal?
Nós não estamos contra a operação, o problema é como essas
operações são divulgadas", disse o líder do DEM no Senado,
José Agripino Maia (RN).
Já o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), chamou o
ministro Tarso Genro de "sinistro" da Justiça.
Após reunião da Executiva, o
DEM divulgou nota em que
afirma que "todas as doações
recebidas pelo Democratas foram legais e estão aprovadas" e
ameaça ir ao STF "caso não tenha amplo acesso às provas colhidas", para que tenha asseguradas "as condições necessárias
ao seu pleno direito de defesa".
O líder do PT na Câmara,
Cândido Vacarezza (SP), rebateu críticas. "[A ação] aconteceu por decisão judicial, não da
PF. O que um juiz decide não
tem a ver com viés político."
Indagado sobre pressões políticas, Tarso disse que isso "é
natural". "As pessoas atribuem
culpa à PF, mas nunca avaliam
conduta equivocada que possam ter tomado. Esquecem que
a PF só investiga fatos."
O diretor-geral da PF, Luiz
Fernando Corrêa, também negou que a Castelo de Areia tenha como objetivo principal
apurar eventuais crimes eleitorais e refutou que o trabalho da
instituição tenha viés político-eleitoral. "A PF não atua voltada a questões político-eleitorais. Esses eventuais repasses,
se são lícitos ou ilícitos, a PF
não faz juízo de valor. Citamos
porque é dever relatar."
Todo o material coletado será analisado e, se houver "robustez", como disse o diretor-geral da PF, um novo inquérito
será aberto para investigar supostos crimes eleitorais.
A corregedoria do Senado vai
investigar as doações da Camargo Corrêa a Agripino e Flexa Ribeiro (PSDB-PA). O pedido partiu do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O corregedor, Romeu Tuma
(PTB-SP), disse que vai pedir à
PF os trechos do inquérito referentes aos senadores para avaliar se receberam doação ilegal.
Se isso for confirmado, ele
afirmou que irá mandar o processo para o Conselho de Ética,
que pode abrir investigação por
quebra de decoro. Flexa e Agripino usaram a tribuna para criticar "o vazamento das informações da operação da PF".
Ambos sustentaram que as
doações foram legais e divulgaram cópias de recibo. O tucano
recebeu R$ 200 mil, que foram
oficialmente doados ao PSDB
do Pará. Agripino disse que o
DEM-RN é que recebeu a doação. "A menção capciosa que foi
vazada é de que era uma doação
a mim, como o que está posto
inclusive em alguns jornais de
hoje, o que me motivou a pedir
ao partido a cópia do recibo."
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