São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

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Painel


Salvando só o seu
Pareceres jurídicos em poder do Planalto dizem que só o presidente poderá concorrer à reeleição no cargo, em 98. Devido à Lei das Inelegibilidades, os governadores teriam de deixar seus postos seis meses antes da eleição.

Bola dividida
Embora o Planalto considere ``sólidos'' os argumentos de que os governadores terão de sair para concorrer à reeleição em 98, a questão divide o STF. E a maioria, conta um ministro, acha que eles podem disputar no cargo.

Vale tudo
Para preservar sem mudanças a emenda da reeleição no Senado, o Planalto está disposto até a patrocinar modificações na Lei das Inelegibilidades. Para deixar claro que os governadores terão de se afastar para concorrer.

Grande sucesso
A banca de revistas que funciona no anexo do Palácio do Planalto ganhou nova gerência e um novo visual: uma profusão de fitas de vídeo e revistas eróticos. O best-seller é o livro ``Como Emagrecer Fazendo Sexo''.

Reis da bravata
Ao contrário do que diziam PMDB e PFL, a lei de teles acabou ficando como Serjão queria.

Não há clima
O bate-boca de Inocêncio Oliveira (PFL-PE) com Aécio Neves (PSDB-MG) surtiu efeito: a substituição de Benito Gama (PFL-BA) na liderança do governo saiu de pauta. Por enquanto.

Alvo fixo
Avaliação feita por um ministro a FHC. O excesso de força dado ao presidente pela aprovação da reeleição, por paradoxo, é uma fraqueza. Une todos os candidatos à sucessão numa guerra para desgastar o governo.

Reeleição petista
O PT fará seu encontro nacional no Rio, no Hotel Glória, entre 29 e 31 de agosto. José Dirceu deverá ser conduzido à presidência por mais dois anos.

Pano para manga
Indicado por Inocêncio para presidir a comissão do FEF, Luciano Pizzatto (PR) impôs condição: liberdade para tentar reduzir contribuições dos municípios. O líder do PFL topou.


Saída de emergência
O PFL tem duas propostas para reduzir, em até 70%, as perdas de municípios com o FEF: criação da 13¦ parcela do fundo de participação ou de um fundo com recursos do FEF para cidades com até 150 mil habitantes.

Balão de oxigênio
FHC deve repensar o espaço de Luiz Carlos Santos no governo. Diagnóstico: o ministro foi atropelado por Sérgio Motta (Comunicações) na coordenação política e precisa urgentemente de um gás extra do presidente.

Fora de hora
Serjão (Comunicações) está sendo aconselhado a baixar a bola nas previsões de que o PSDB elegerá 200 deputados. Inquieta os partidos aliados e atrapalha a votação das reformas.

Mordomo da República
O Planalto quer endurecer na votação da reforma administrativa. Se perder, jogará sobre o Congresso a culpa por duas consequências: falta de aumento para o funcionalismo e demissão em massa de não-estáveis.

Meu mundo caiu
A derrota na votação da reforma administrativa devolveu a realidade aos governistas. ``Os 370 votos da reeleição não são seguros. Com certeza, dá para contar só com 320. Não há folga'', diz o tucano Aécio Neves.


Economia mineira
O Instituto Lumen (PUC-MG) está concluindo uma pesquisa sobre as perspectivas do emprego no Estado de Minas Gerais nos próximos dois anos. A tendência é de redução das vagas, com uma exceção: Juiz de Fora.

Politicamente correto
A freira Ivone Gebara, proibida pelo Vaticano de falar publicamente por suas idéias sobre aborto, dá palestra dia 15 no Conselho da Condição Feminina de São Paulo. Tema: ``A Masculinização da Mãe Terra e a Globalização dos Desenraizados''.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO

De Sandra Starling (PT-MG), sobre emenda constitucional aprovada em 1º turno no Senado regulamentando uso de MPs (medidas provisórias):
- Vamos tentar mudá-la na Câmara. A proposta é uma volta atrás. A junta militar reencarnou no Fernando Henrique Cardoso.


CONTRAPONTO

Ilustre quem? A Comissão de Minas e Energia da Câmara deveria ter tomado na quarta o depoimento de d. Luciano Mendes de Almeida sobre a privatização da Vale.
O arcebispo não apareceu, o que levou Roberto Campos (PPB-RJ) a dizer que a falta dele poupara todos de uma ``sessão espírita''.
- D. Luciano reviveria o fantasma do presidente Arthur Bernardes (22-26), quando se discutia o valor estratégico do minério-de-ferro, como agora.
José Maurício (PDT-RJ) não gostou e atacou Campos:
- O sr. é um octagenário traidor da pátria!
Calmo, Campos retrucou que, quando a história brasileira dos últimos 50 anos for escrita, seu nome aparecerá, pelo menos em nota de rodapé, como criador do BNDE e do Plano de Metas de JK. E arrematou:
- Mas os pesquisadores, tenho certeza, terão dificuldade em responder a uma indagação. ``Quem é José Maurício?''

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