|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Promotor diz que dados sobre morte são "irrelevantes"
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor de Justiça de
Santo André Roberto Wider
Filho, um dos autores da denúncia contra o empresário
Sérgio Gomes da Silva, disse
ontem que documentos produzidos pela investigação da
Polícia Civil sobre o assassinato do presidiário Dionízio
de Aquino Severo não foram
anexados aos autos que tratam do crime contra o prefeito Celso Daniel porque
eram "irrelevantes".
Segundo o promotor, a
possibilidade de o crime
contra Severo ter sido ordenado pelo PCC "é bastante
possível", mas não "muda
em nada" um dos principais
pontos da acusação do Ministério Público, de que há ligação entre Severo e a quadrilha da favela Pantanal. As
circunstâncias da morte de
Severo, segundo o promotor, são apuradas em outro
inquérito criminal.
Para o promotor, a divulgação de documentos pela
defesa, ontem, faz parte de
uma estratégia jurídica. "A
defesa provavelmente quer
influenciar o ânimo dos ministros do STJ [Superior Tribunal de Justiça] que julgarão o pedido de habeas corpus [do empresário]", disse
Wider. O julgamento é
aguardado para os próximos
dias desta semana.
O promotor afirmou que a
confissão e os telefonemas
do ex-líder do PCC Cesinha
não são suficientes para elucidar o assassinato de Severo. Segundo ele, "sem dizer
as circunstâncias, como "liguei de telefone tal, no número tal", a confissão de Cesinha fica muito vaga".
De acordo com Wider, Cesinha prestou um outro depoimento, no qual negou
participação no crime.
A jornalista da TV Bandeirantes Fátima Souza, que teve conversas suas interceptadas pela Polícia Civil e divulgadas ontem pelo advogado Roberto Podval, disse
que ele se equivocou ao dizer
que não se deu divulgação
"com ênfase necessária" aos
telefonemas dados por Cesinha, nos quais assumiu participação no assassinato.
"Divulgamos tudo na mesma noite, na seqüência, ao
vivo, dizendo exatamente
que o PCC assumia ter mandado matar Dionízio", contou a jornalista, autora de diversas reportagens sobre
ações do PCC.
"Há 75 horas de conversas
minhas gravadas pela polícia. Sabe-se isso desde 2002,
mas nunca fui acusada pela
polícia de ter cometido alguma irregularidade. Converso
com o PCC como converso
com autoridades, com mocinhos, com bandidos. Essa é a
nossa rotina", disse Fátima,
que há mais de 17 anos atua
na cobertura policial.
(RV)
Texto Anterior: Caso Santo André: Defesa diz que PCC matou "elo" do caso Daniel Próximo Texto: Panorâmica - Imprensa: Palestra discute fundamentos da reportagem Índice
|