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CAMPO MINADO
MST diz que não sai da área pacificamente
Sem-terra invadem pela segunda vez terras da Aracruz no Espírito Santo
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Em nova investida contra a Aracruz Celulose, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) invadiu ontem terras da
empresa no Espírito Santo. É a segunda vez desde setembro do ano
passado que sem-terra invadem a
fazenda Agril. Desde 2004, fazendas de eucaliptos de empresas de
celulose têm sido alvo do MST.
Na madrugada de ontem, 200
famílias invadiram a propriedade,
que fica entre os municípios de
Aracruz e Linhares (80 km ao
norte de Vitória), e levantaram
acampamento, sem conflitos.
Ademilson Souza, da coordenação estadual do MST, apontou
dois objetivos da invasão: pressionar o poder público para identificar terras devolutas no Estado,
colocar estas terras no programa
de reforma agrária, e repudiar
contra a "perseguição aos movimentos sociais" no Sul, após invasão de fazenda da Aracruz em
Barra do Ribeiro (RS).
O coordenador do MST afirma
que, dos 8.700 hectares da Agril,
apenas 3.700 têm titularidade declarada no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), e que o restante são terras devolutas -do Estado. "Queremos uma destinação social para
a terra, que não fique nas mãos da
Aracruz", disse Souza. "Não temos disposição de desocupar a
área pacificamente. O Estado vai
ter que colocar a Polícia Militar
para despejar as famílias de uma
área que é pública."
O diretor de Operações da Aracruz, Walter Nunes, diz que a empresa tem provas da titularidade
das terras e declarou que os sem-terra descumprem decisão judicial pela reintegração da posse.
Em nota, a Aracruz informou
que a Agril tem 78% da sua extensão coberta por áreas de preservação ambiental e que o restante
serve ao plantio de eucaliptos.
O superintendente do Incra,
Gerônimo Brumatti, disse que estão em andamento processos de
desapropriação de mais terras.
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