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Chinaglia se nega a retirar mandato de deputado infiel
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou
ontem a partidos de oposição a
devolução das vagas dos deputados que trocaram de legenda.
PSDB, PPS e Democratas
(ex-PFL) pediam de volta os
mandatos que perderam pelo
fato de seus deputados terem se
filiado a outras agremiações depois da eleição de 2006. Como
não tiveram sucesso, as três siglas agora devem recorrer ao
Supremo Tribunal Federal.
O pedido da oposição era baseado em decisão do Tribunal
Superior Eleitoral de 27 de
março, quando essa Corte deliberou que mandatos de cargos
eletivos em eleições proporcionais (Câmara, Assembléias e
Câmara Municipal) pertencem
a partidos e não a políticos.
A partir dessa decisão da Justiça Eleitoral, o deputado eleito
que troca de legenda passa a ficar sob risco de perder o mandato. Quando o TSE teve esse
entendimento, 36 deputados
federais (do total de 513) já tinham mudado de partido desde
a eleição de outubro de 2006.
Para a decisão do TSE entrar
em vigor, seria necessário que
os partidos que perderam vagas
provocassem a presidência da
Câmara a destituir os políticos
infiéis. O PSDB reclamou no
dia 3 deste mês. O PPS, no dia
seguinte. E o DEM, no dia 11.
Chinaglia indeferiu os três
pedidos de uma vez. PSDB,
DEM e PPS haviam apresentado argumento similar: os infiéis, na prática, já teriam renunciado de maneira tácita aos
mandatos ao trocarem de partido. Por isso a Câmara deveria
dar posse aos suplentes. Chinaglia respondeu que a renúncia
ao mandato só ocorre por ato
unilateral e em ação expressa,
por escrito. Assim, não há como
dar posse a suplentes dos infiéis. "Não teria como atender."
"Sempre soubemos que essa
polêmica teria de ser dirimida
pelo STF", disse o presidente
do DEM, Rodrigo Maia (RJ).
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