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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Marqueteiros defendem engajamento do presidente; "Não temos do que nos envergonhar", diz Aníbal
Tucanos querem Serra mais vinculado a FHC
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes do comando de
campanha de José Serra (PSDB) à
Presidência da República defenderam ontem o engajamento efetivo do presidente Fernando Henrique Cardoso e do alto escalão da
equipe econômica no esforço de
levar o tucano ao segundo turno
da disputa presidencial. Isso poderia ser feito, inclusive, com a
participação do presidente nos
programas de TV do tucano.
A sugestão foi feita ontem pelos
marqueteiros da campanha de
Serra, Nizan Guanaes e Nelson
Biondi, e pelo presidente nacional
do PSDB, José Aníbal.
"Não temos do que nos envergonhar. O Serra é o candidato do
governo, do presidente, do Pedro
Malan [ministro da Fazenda] e do
Armínio Fraga [presidente do
Banco Central], declarou Aníbal,
após reunião para definir a estratégia de campanha ontem pela
manhã, em um centro de convenções no município de Embu (SP).
Também "internados" no local
desde sexta-feira, Guanaes e
Biondi declararam que, em toda a
propaganda de Serra na TV -seja nos espaços partidários, como
ocorrerá nesta semana, seja no
horário eleitoral, que começa em
agosto-, Serra será apresentado
como "candidato do governo".
"Não temos nenhum problema
em dizer que o Serra é o candidato
do governo. Aliás, é bom ser governo, um governo que tem 40%
de aprovação após oito anos de
mandato", afirmou Guanaes.
A julgar pelas últimas pesquisas
de intenção de voto, Serra não
tem conseguido se beneficiar deste nível de aprovação do governo.
Ele tem se situado na faixa dos
15% a 20%. Aníbal disse que não
há nenhum "dilema" na candidatura tucana entre ser governo ou
oposição, como aponta o PT de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Os lulistas avaliam que, ao "colar" o presidenciável à imagem de
FHC, podem associar a candidatura ao que qualificam como "fracassos" da atual administração,
como as baixas taxas de crescimento, a crise de energia e as acusações de corrupção, cuja investigação foi rotineiramente abafada
pelo governo.
No que depender dos tucanos,
segundo Aníbal, o próprio PSDB
vai reforçar a ligação. "Fernando
Henrique não vai sair panfletando, claro, mas vai dar declarações
para o Serra. Eventualmente, participar do programa de TV."
Serra tem procurado difundir o
bordão "continuidade sem continuísmo", dizendo-se herdeiro do
ambiente macroeconômico e da
responsabilidade fiscal do atual
governo, mas pedindo mudanças
no enfoque social. A aparente ambiguidade já levou o ministro Malan a pedir maior comprometimento do presidenciável com as
idéias do atual governo.
Nordestino
Segundo os marqueteiros de
Serra, os programas do PSDB que
vão ao ar nesta semana trarão o
perfil do candidato e farão "debate político" -referência aos ataques à suposta inconsistência no
discurso petista. "O PT vai puxar
para a emoção. A gente vai puxar
para a razão", disse Guanaes, referindo-se ao tom emocional do
programa de TV de Lula exibido
no início do mês.
Também haverá um filme específico para o Nordeste, mostrando
"o que Serra já fez pela região". A
tentativa é de retirar do pré-candidato a pecha de antinordestino.
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