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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Petista iria hoje para Campinas (SP), onde servidores municipais estão em greve contra a administração do partido
Lula cancela viagem para evitar protestos
MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva,
cancelou viagem marcada para
hoje a Campinas (95 km de São
Paulo) para não enfrentar protesto de servidores municipais, em
greve contra a administração da
prefeita petista Izalene Tiene desde a segunda-feira passada.
Segundo a Folha apurou, a decisão foi tomada pela coordenação
de campanha de Lula por causa
do acirramento da tensão entre os
servidores em greve e a administração petista, que chegaram a um
impasse nas negociações.
O partido teria informações de
que uma grande manifestação organizada pelo PC do B estaria sendo programada para a visita.
Apesar de aliado de Lula na
campanha presidencial e de ocupar cargos na prefeitura, o PC do
B, que controla o sindicato da categoria, vem radicalizando o confronto com a administração liderada pelo PT. Na semana passada,
piquetes organizados pelo sindicato e pelo PC do B terminaram
com agressão a secretários petistas e em confronto com a Guarda
Municipal, corporação que é subordinada à prefeitura.
A mudança às pressas na agenda de Lula ocorreu depois da tentativa fracassada de dirigentes nacionais e estaduais da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de
acabar com a greve.
Representantes da central se
reuniram com os grevistas na sexta-feira passada para tentar por
fim à paralisação antes da visita de
Lula, mas não obtiveram sucesso.
Segundo sua assessoria, Lula vai
visitar hoje apenas cidades das regiões de Araraquara e Sorocaba,
também no interior de São Paulo.
Segundo a coordenação da
campanha petista, Lula não tem
nova data para visitar Campinas.
A prefeita Izalene Tiene informou, por meio de sua assessoria,
que não foi avisada do cancelamento da visita de Lula à cidade.
Ontem, durante o sorteio de
moradias populares da CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), ela enfrentou
um protesto contra a sua gestão.
Tiene foi vaiada no ato, que reuniu cerca de 15 mil pessoas no estádio do Guarani Futebol Clube, e
teve de deixar o local às pressas. O
governador Geraldo Alckmin
(PSDB-SP), estava no evento.
Os servidores municipais reivindicam recomposição salarial,
aumento real e auxílio-alimentação. Na semana passada, a prefeita encerrou as negociações com
os servidores e enviou projeto à
Câmara fixando o reajuste segundo a proposta da prefeitura.
Mas os vereadores decidiram
não votar o projeto enquanto a
greve não for encerrada.
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