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CIGARRO E CASTIGO
Vigilância Sanitária flagrou Ciro com cigarro aceso em ambiente coletivo, o que legislação proíbe
Ministro sofre repreensão por fumar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O hábito de fumar do ministro
Ciro Gomes (Integração Nacional) causou-lhe constrangimentos ontem em uma audiência
pública na Câmara. Os poucos
segundos em que manteve aceso
um cigarro resultaram em uma
notificação aplicada na saída da
sessão pela Vigilância Sanitária.
Os servidores inspecionavam
as dependências da Câmara para fazer cumprir a legislação federal e distrital que proíbe o fumo em ambientes coletivos.
Ciro demonstrou contrariedade assim que foi informado por
assessores de que era aguardado
por uma fiscal da Vigilância do
lado de fora da Comissão da
Amazônia, na qual compunha
mesa com Marina Silva (Meio
Ambiente). Ele disse que acendera o cigarro após ter pedido
permissão ao presidente da comissão, Júnior Betão (PPS-AC).
"Se a nossa grande imprensa
desejar mais uma vez reduzir esses momentos republicanos extraordinários que vivemos aqui
em mesquinharias, não será a
primeira vez que fazem isso contra mim", afirmou.
Marina saiu em defesa do colega e disse que Ciro respeita os
não-fumantes. "O Ciro fuma,
não nega, pára quando puder",
disse Marina, arrancando risos.
Ao deixar a sala, Ciro disse à
coordenadora do Programa de
Controle do Tabagismo da Vigilância Sanitária, Mônica Mulser
Parada: "Vai ter seu momento
de fama, vamos lá, o que você
quer?". O corredor estava abarrotado de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. Quando a fiscal
começou a dizer que o objetivo
não era causar "constrangimento", Ciro a interrompeu: "A senhora já recebeu a informação?
A sua Vigilância Sanitária já notificou a Câmara para que ela ordene aqui o que não está ordenado ainda. Deu dez dias, portanto
ainda está no prazo".
Sem dar margem à réplica,
concluiu: "Não acho que fumar
seja um bom hábito. Me desculpe a senhora, meus filhos, minha
esposa, mas eu tenho 46 anos de
idade, tenho certas fragilidades
ainda, nenhuma delas é roubar".
"É nosso papel lembrar a importância do cumprimento da lei",
disse Parada após Ciro sair. A
notificação não tem efeito legal.
No estacionamento da Câmara, o carro oficial que aguardava
o ministro estava parado em
uma vaga reservada a deficientes
físicos. A segurança disse que
orientou o carro a parar ali só
para apanhar o ministro.
(RANIER BRAGON)
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