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Acordo na tributária
divide Câmara e Senado
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acordo entre o Planalto e os
Estados para alterar e atrasar a reforma tributária provocou uma
troca de críticas e acusações entre
a Câmara, onde o entendimento
foi firmado, e o Senado, cuja versão para o projeto foi desfigurada.
Após a divulgação do novo texto pelo relator da reforma na Câmara, Virgílio Guimarães (PT-MG), o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP),
subiu à tribuna para condenar o
que chamou de "falta de ousadia e
de perspectiva histórica".
"Cinco meses se passaram [desde que o projeto passou pelo Senado] e a reforma tributária não
foi votada pela Câmara, e vejo
uma pressão de governadores para que a reforma não ande", discursou Mercadante.
Em 2003, o governo só aprovou
no Congresso a parcela da reforma que interessava mais de perto
aos caixas da União e dos Estados,
como a prorrogação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) e a
partilha da Cide, que incide sobre
a venda de combustíveis.
A proposta central -a unificação da legislação do ICMS- ficou
para este ano, porque Planalto,
governadores, deputados e senadores não conseguiram chegar a
um texto consensual.
Na prática, o governo não tem
os votos para aprovar, na Câmara,
o texto do Senado. Por isso, teve
de ceder à pressão dos governadores. O texto de ontem atendeu a
quase todas as reivindicações dos
Estados, a começar por um fundo
federal para cobrir eventuais perdas de receitas. Saiu também a regra, incluída pelo Senado, segundo a qual toda a regulamentação
do novo ICMS deveria ser concluída neste ano. Dessa forma, o
novo ICMS vigorará, na melhor
das hipóteses, em 2006.
"Aqui, a generosidade para com
o consumidor e a preocupação
social dos proponentes cederam a
critérios de preservação do equilíbrio das finanças públicas", disse
Virgílio Guimarães, ao explicar
por que derrubou benefícios.
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