|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2004
Câmara aprova projeto que ameniza corte no número de legisladores municipais por 365 votos; proposta vai ao Senado
Redução de vereadores passa em 2º turno
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem em segundo turno a
emenda que recupera 40% das
8.528 vagas de vereadores cortadas pela Justiça Eleitoral em abril.
Foram 365 votos a favor, 19 contra
e 8 abstenções. No primeiro turno, a proposta havia sido aprovada com 346 votos favoráveis.
A emenda -que segue agora
para votação em dois turnos no
Senado- é fruto de esforço de
deputados e senadores para que o
número de vereadores no país
não seja reduzido em 14,1%, dos
atuais 60.276 para 51.748, como
definiu o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral).
A proposta da Câmara reduz o
corte para 8,4%, ou 5.062 vagas.
Além de "reavivar" 3.466 vagas,
deputados vão negociar com senadores para que o atual limite de
70% que as Câmaras Municipais
têm para pagamento de pessoal
seja derrubado.
Uma medida aprovada no texto
de ontem que diminuiria em 10%
o limite de repasse financeiro que
as prefeituras podem fazer para as
Câmaras Municipais deve ser alterado no Senado e, com isso, voltar para a Câmara, que só começaria a analisá-la no final do ano
ou em 2005.
A alteração se daria sob o argumento de que um erro no texto
aprovado na Câmara prejudicou
as cidades entre 250 mil e 300 mil
habitantes, que teriam redução
no repasse de 21% e não de 10%
como as demais.
A diminuição do limite de repasse sofre forte pressão contrária
de presidentes das Câmaras, que
estiveram em Brasília para pressionar os deputados. Eles só admitem negociar caso haja a derrubada do limite de 70% para pagamento de pessoal.
Com isso, só deve ser promulgado a parte que ameniza o corte do
TSE nas vagas. O Senado deve
apreciar a matéria aceleradamente, já que o TSE disse que só acatará a decisão do Congresso caso ela
seja aprovada a tempo de não interferir no processo eleitoral.
O ministro Sepúlveda Pertence,
presidente do TSE, disse há algumas semanas que o prazo ideal seria 10 de junho, início do prazo
para as convenções partidárias.
A redução determinada pelo
TSE resultaria em uma economia
anual de cerca de R$ 550 milhões
com salários de vereadores e de
assessores. A proposta da Câmara
sem a alteração nos atuais limites,
reduz isso a cerca de R$ 51 milhões ao ano. Com a diminuição
do repasse, a comissão da Câmara
que estuda o assunto calcula que a
economia poderia chegar a R$
427 milhões.
Dos municípios que teriam a
maior redução nos repasses entre
prefeitura e Câmara Municipal,
quatro são paulistas: Guarujá, Limeira, Suzano e Taubaté. As outras são Rio Branco (AC), Santarém (PA), Caucaia (CE), Caruaru
(PE), Paulista (PE), Vitória da
Conquista (BA), Governador Valadares (MG), Ribeirão das Neves
(MG), Uberaba (MG), Petrópolis
(RJ), Cascavel (PR), Foz do Iguaçu (PR), Ponta Grossa (PR), Blumenau (SC), Santa Maria (RS) e
Anápolis (GO).
(RANIER BRAGON)
Texto Anterior: Acordo na tributária divide Câmara e Senado Próximo Texto: Santo André: Procurador defende o trabalho de promotores Índice
|