São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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SOMBRA NO PLANALTO

Depoimento nega versão de ex-assessor

CPI do Rio pede à Justiça a quebra do sigilo bancário de Waldomiro

DA SUCURSAL DO RIO

A CPI da Assembléia do Rio que investiga irregularidades na Loterj (Loteria do Estado do Rio) pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário do ex-subchefe da Casa Civil Waldomiro Diniz no período em que ele presidiu a autarquia fluminense, entre fevereiro de 2001 e dezembro de 2002.
Em depoimento ontem à CPI, o diretor administrativo-financeiro da Funpat (Fundação Parque de Alta Tecnologia de Petrópolis) entre 1997 e 2003, Robson Cardinelli, negou que a fundação tenha dado ajuda de custo mensal de R$ 8.000 a Waldomiro, conforme o ex-assessor havia afirmado à comissão em abril. Essa ajuda, segundo Waldomiro, justificaria seu padrão de vida, incompatível com os R$ 4.000 que recebia como presidente da Loterj. Ele admitiu ter sonegado informação sobre a renda à Receita Federal.
Cardinelli, que chamou Waldomiro Diniz de "mentiroso" e "sem credibilidade", disse que a Funpat "tem como provar que não efetuou pagamento a qualquer funcionário da Loterj".
A CPI já conseguiu a quebra dos sigilos fiscal e telefônico de Waldomiro. Como não detectou irregularidades nas ligações dos números cujo titular era Waldomiro, a comissão pedirá a quebra de sigilo de quatro telefones fixos e oito celulares que ele usava em sua gestão na Loterj. A quebra do sigilo bancário e fiscal de Waldomiro já foi autorizada pela Justiça, em investigação distinta, a pedido do Ministério Público Federal.
Ouvido sobre a decisão da CPI, o advogado de Waldomiro, Luiz Guilherme Vieira, disse que adotará "uma linha de coerência" e "não irá se posicionar de forma fracionada": "O depoimento [de Waldomiro] foi prestado da forma mais ampla possível. Tudo o que ele tinha que a falar, lá falou. A defesa agora vai aguardar que o todo produza seu resultado".
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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