São Paulo, sábado, 27 de maio de 2006

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Governabilidade em eventual segundo mandato faz PT dialogar com oposição

DA REPORTAGEM LOCAL

A chance de vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de outubro aumentou a preocupação do governo e do PT com a governabilidade num eventual segundo mandato. Na última semana, petistas e o próprio Lula começaram discretamente a agir para evitar que o diálogo com a oposição, especialmente o PSDB, seja definitivamente rompido.
Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que "o momento é de fadiga dos metais" e que a radicalização dos ataques afetará seriamente a governabilidade, independentemente de quem vencer as eleições.
Segundo ele, é possível e "necessário" que PT e PSDB façam um pacto de governabilidade. "Não se iludam que haverá governabilidade se colocarem um carimbo no Lula de corrupto. Assim como o governo Lula não terá governabilidade se o projeto que apresentar for o de desqualificar a oposição", disse.
Outro sinal de trégua foi o programa partidário do PT, cujos tom e tema foram definidos por Lula. Não houve ataques diretos ao PSDB nem comparações explícitas com o governo Fernando Henrique Cardoso. O presidente decidiu cuidadosamente sua fala no programa.
A direção nacional do PT também passou a defender um tom propositivo na campanha, sem duelo radical com os tucanos. "É paz e amor sempre", disse o publicitário Edson Barbosa, responsável pelo programa partidário do PT.
Lula disse ontem que terá o mesmo espírito de 2002 nesta campanha, mesmo sem ainda ter confirmado oficialmente que tentará se reeleger.
Tarso Genro foi ao Congresso em busca de diálogo com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, detentor do mais violento discurso contra o PT e o governo no Congresso.
O ministro disse ontem que o "estilhaçamento dos partidos políticos e a radicalização de divergências" não farão bem ao país. Segundo Tarso, se Lula vencer será necessário construir "relações institucionais mais sólidas" com os partidos num segundo mandato.
Sobre as alianças políticas em curso, citou como possíveis nomes de vices na chapa de Lula o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) e o atual vice-presidente José Alencar (PMR). "São os nomes lembrados", afirmou. Ele disse ainda que as "divergências regionais" dificultam a aliança formal com o PMDB. (MD)

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