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ELEIÇÕES 2006 / MÁQUINA PÚBLICA
Governo estuda reajuste para servidores
Objetivo de Lula é conceder aos funcionários públicos pelo menos a reposição das perdas inflacionárias durante seu mandato
Volume de recursos no Orçamento da União para aumentar vencimentos do funcionalismo subiu de R$ 1,5 bilhão para R$ 5,1 bilhão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo prepara um pacote de seis medidas provisórias
com reajustes salariais, novos
planos de carreira e outras vantagens para o funcionalismo
público federal, cujos sindicatos estão entre os redutos mais
tradicionais do PT.
As MPs, que estão em análise
na Casa Civil da Presidência da
República, vão colocar em prática uma estratégia iniciada no
final do ano passado, durante a
tramitação do projeto de Orçamento de 2006 no Congresso.
Nos bastidores, o Palácio do
Planalto negociou com os parlamentares a elevação de R$ 1,5
bilhão para R$ 5,1 bilhões do
volume de recursos disponíveis
para proporcionar melhorias
salariais aos servidores.
O objetivo é garantir que cada servidor federal chegue até o
final deste ano com reajuste salarial acumulado de pelo menos 29% ao longo do mandato
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva -o correspondente à
inflação estimada no período.
Assim, Lula terá, em sua
campanha reeleitoral, o discurso de que o funcionalismo não
teve perdas em seu governo, ao
contrário do que ocorreu na
gestão FHC (1995-2002).
Os R$ 5,1 bilhões destinados
a tal objetivo seriam suficientes, por exemplo, para cobrir
quase a metade dos R$ 10,9 bilhões reservados pelo Orçamento para a infra-estrutura
neste ano -aí incluídos obras e
programas de sete ministérios.
Tramita ainda no Congresso
projeto que cria novo plano de
carreira para servidores do Judiciário, apresentado pelo Supremo Tribunal Federal. O gasto anual estimado é de R$ 4,8
bilhões, não previstos no Orçamento, que deverão ser parcelados em dois a quatro anos.
Mas a despesa com pessoal,
oficialmente estimada em R$
105,1 bilhões em 2006, pode
crescer. De olho no pacote em
análise na Casa Civil, sindicatos
e políticos ligados ao funcionalismo tem intensificado lobbies
para receber ou ampliar benefícios contidos nas MPs.
Não há informações claras
sobre quais carreiras e quantos
servidores serão contemplados
pelo pacote. Pelos dados mais
atualizados, de novembro de
2005, a União conta com 1,957
milhão de funcionários ativos e
inativos nos três Poderes.
(GUSTAVO PATU)
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