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São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2003

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PAINEL

Vitamina antioposição
O PSB decidiu expelir Garotinho após ouvir do Planalto a promessa de que será o destino de parlamentares e políticos dissidentes de outras siglas. Miro Teixeira (Comunicações) e Carlos Wilson (Infraero) deverão ser os primeiros reforços.

Mínimos detalhes
A cúpula do PSB esteve com José Dirceu na noite de anteontem para acertar a saída de Garotinho (RJ). Miguel Arraes pretendia expulsá-lo. Mas o ministro ponderou que o processo seria longo e desgastante. A solução foi não recadastrá-lo.

Reforma política
Ao mesmo tempo em que trabalha para isolar Garotinho, deixando-o sem partido, o Planalto tenta enfraquecer Brizola no PDT, "escantear" Roberto Freire no PPS e expurgar os radicais do PT. A estratégia prevê ainda reduzir ao máximo possível as siglas de oposição (PFL e PSDB).

Equilíbrio de poderes
O mesmo Miguel Arraes que fez o PSB engolir Garotinho em janeiro de 2001 conduziu a operação para arrancá-lo à força da sigla. Se naquela época precisava do então governador para cacifar o PSB na sucessão de FHC, agora o descarta para manter sua força no governo Lula.

Sinal dos tempos
O jantar de aniversário do PSDB, anteontem em Brasília, foi bem diferente das festas do partido do tempo de situação. Nenhum governador deu as caras. Tampouco FHC e Serra.

Calmante presidencial
Lula prometeu a Luís Salomão, cuja indicação para a Agência Nacional do Petróleo foi vetada pelo Senado, um outro cargo na máquina federal.

Contra o relógio
Muitos deputados esconderam ontem o broche de identificação ao passar pelo corredor que leva ao plenário. O trajeto estava tomado por assessores de colegas que buscavam assinaturas para emendas às reformas.

Tudo igual
O Planalto decidiu manter a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) com os militares. Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que pedia a transferência do órgão para sua pasta, foi comunicado da derrota ontem, em reunião com Lula e o general Jorge Félix (Segurança Institucional).

Um dia, quem sabe
Lula deixou a possível mudança da Senad para mais tarde, a fim de evitar novos conflitos entre os ministérios. Médicos e especialistas do PT defendiam a desmilitarização do combate às drogas, histórica bandeira da esquerda brasileira. Lula optou pelo caminho fernandista.

A conferir
Paulinho (Força Sindical) avisou ao governo que fechará na próxima semana o Centro de Solidariedade ao Trabalhador se não for normalizado o repasse de verba para o programa. O centro recebe desempregados e procura encaminhá-los para vagas disponíveis no mercado.

Emprego e prioridades
Segundo Paulinho, o governo o informara que não será possível cumprir acordo que teria feito há 40 dias com Palocci Filho (Fazenda) para a normalização do repasse. O ministério disse à Folha que não havia ninguém autorizado a tratar do assunto com a reportagem ontem.

Pé no acelerador
Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPI do Banestado, enviou ofício ontem a Sarney (Senado) pedindo que a comissão funcione na convocação extraordinária. O senador quer usar julho para obter documentos da PF, do Ministério Público e do TCU sobre o caso.

Visita à Folha
O pianista João Carlos Martins visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Ideli Salvatti (PT-SC), reclamando do fato de a CPI do Banestado ter permitido em sua primeira sessão que Jorge Bornhausen (PFL-SC), antes mesmo do início da investigação, pudesse fazer longa explanação para se defender de acusações do procurador Luiz Francisco:
- Estou preocupada com os rumos da CPI. Temo que em vez de fazer uma investigação sobre a lavagem de dinheiro, a comissão preocupe-se mais em lavar biografias.

CONTRAPONTO

Galã parlamentar

Deputados federais participaram ontem em Brasília do Seminário Nacional de Politicas Afirmativas e Direitos da Comunidade Gay e de Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, na Câmara.
O evento, que reuniu cerca de cem pessoas, faz parte das comemorações da Semana do Orgulho Gay, com atividades por todo o país.
No meio da tarde, o deputado Luciano Zica (PT-SP), que coordenava a mesa, convidou o colega Lindberg Farias (PT-RJ) para discursar.
O parlamentar, alinhado com a ala radical do partido, pegou o microfone e iniciou sua fala:
-Quero dizer que estou à disposição de todos...
Lindberg foi interrompido por gritos efusivos dos participantes do seminário:
-Gracinha! Galã! Nosso herói! Desce já do palco!


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