DA REPORTAGEM LOCAL

Em visita ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem "medo" de não cumprir os compromissos assumidos durante sua trajetória política.
"Se me perguntassem do que tenho medo, diria que tenho medo de não cumprir os compromissos que assumi com este país durante tantos e tantos anos."
Lula brincou com a platéia de mais de 500 sindicalistas e completou: "No dia em que vencer meu mandato, virei morar a 600 metros do sindicato. Se não fizer a coisa direito, muito peão sabe onde eu moro. Muitos sabem até o bar que frequentava antes".
Os sindicalistas passaram um vídeo com a história de Lula e do sindicato. "Por um lado é bom ver gente que conheço há 30 anos. Mas aí dá a certeza que a gente está ficando velho. A velhice é implacável", disse Lula.
O presidente olhou do palco para uma funcionária do sindicato e disse: "Zélia: minha sala não está limpa", como quem repete uma ordem costumeira.
Na saída, Zélia correu para Lula e lhe deu um beijo, que quase acertou a boca do presidente, e tirou fotos abraçada com ele.
Em tom amistoso, Lula disse aos sindicalistas que "o fato de ser presidente do país não afastou a relação de companheiro construída em tantos e tantos anos".
"Vocês nunca ouvirão da minha boca um pedido de subserviência do movimento sindical aos atos do presidente da República. O que ouvirão é o convite, um chamamento para assumir a responsabilidade de dividir uma decisão."
O petista fez piada sobre os tempos no ABC. Comentou que hoje o chamam de "excelência", mas na época havia "jornalistas desaforados" que o tratavam por um apelido: Taturana, um tipo de lagarta.
Lula brincou com um metalúrgico que estava na platéia ao falar sobre paciência em sua trajetória política. "Aguentei o Damasceno durante 20 anos. Ele saía da Volkswagen para me encher de pacotes no sindicato."


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