DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A assessoria do deputado Robson Tuma (PFL-SP) disse que ele estava incomunicável ontem, pois foi submetido a uma cirurgia dentária e não poderia falar por recomendação médica. A assessoria confirmou que havia mercadoria importada do deputado dentro do avião da Schincariol, mas disse que seria apenas parte do material apreendido pela Receita Federal.
"A parte dele não chega nem a US$ 300", disse a assessora Flávia Torreão. Segundo ela, o deputado foi a Belém tentar liberar a mercadoria porque tinha uma lista declarada. Entre os bens listados para o deputado estavam roupas, adoçantes, estátuas de porcelana, balaios de vime e artesanatos.
"A lista dele foi declarada. Da lista dos outros, ele não sabe de nada", disse a assessora, que negou que as mercadorias eletrônicas e de informática fossem do deputado.
"Ele tem laptop [computador portátil] e nem abre."
Com relação à descoberta da mercadoria importada do deputado no avião Schincariol, Flávia Torreão afirmou que a empresa sabia do caso. "Eles [os proprietários da Schincariol e o deputado] têm amizade, isso é normal. A amizade não é com os pilotos. É só procurar a lista com a Receita Federal, a parte do Robson estava listada", disse a assessora.
Por meio de sua assessoria, o grupo Schincariol afirmou desconhecer qualquer mercadoria importada não declarada dentro do avião da empresa. "O que pertence à empresa é o avião Lear Jet. Se tem qualquer outra coisa [dentro do avião], é de responsabilidade dos pilotos, não tem nada a ver com a Schincariol", disse a assessora do grupo Fabiana Macedo.
A Schincariol disse que comprou o avião Lear Jet da empresa Cessna por intermédio da companhia TAM.
Dois pilotos foram contratados para trazer a aeronave dos EUA para o Brasil. "De conhecimento da Schincariol, a aeronave estava apenas com a tripulação. Se existia qualquer outra coisa dentro, os pilotos são as únicas pessoas que podem esclarecer esses fatos", afirmou a assessora.


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