São Paulo, segunda, 27 de julho de 1998

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PAINEL

Marcação cerrada
O Planalto montou um esquema de plantão de suas lideranças no Congresso para atuar durante a venda da Telebrás. Quer dividir o espaço de mídia com a oposição, que vai gritar contra.

Sala de aula
Os líderes tucanos receberam um curso intensivo sobre a venda da Telebrás para rebater eventuais críticas da oposição. Professor: Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações).

Mesmo estilo
Colou o apelido no sucessor do trator Serjão: o ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, é chamado no governo de Mendonção.

Por baixo dos panos
Os governadores que se habilitaram a vender bancos estaduais pediram sigilo ao Banco Central. Temem dar munição aos adversários, em plena campanha eleitoral. Amazonas e Ceará, que não fez segredo, estão na lista.

Voto feminino
FHC deve voltar a Minas no início de setembro para participar de um congresso de donas de casa. Na condição de presidente, para evitar problemas com aliados, mas em campanha.

Precipitação
De Aécio Neves (PSDB), condenando a antecipação do debate sobre a emenda parlamentarista: "Agora isso só divide".

Paralelas tucanas
Para evitar encontros constrangedores, Ciro Gomes (PPS) faz comícios pelo interior do Ceará no sábado, quando FHC estará em campanha no Estado.

Terra de todos os santos
A Igreja Universal do Reino de Deus não vai apoiar formalmente nenhum candidato a governador. Exceto César Borges (PFL), o nome de ACM na Bahia.

Refresco
Euclides Scalco pisou no calo de José Dirceu ao criticar a proposta de imposto para a agricultura, feita por Lula. "O governo fez derrama de impostos. Só o Serra já me ligou três vezes pedindo o apoio do PT à CPMF."

Quem diria...
Apesar da falta de dinheiro do PT, um candidato ao governo, interessado em evitar a ida de Covas para o segundo turno, está disposto a colaborar com Marta Suplicy para que ela possa afixar outdoors em São Paulo.


Só quer carinho
Arraes (PE), que deixou o Planalto atordoado ao ameaçar roer a corda na decisão dos Estados de não cobrar ICMS retroativo sobre a venda de celulares (precisa ser unânime), tem como recuar mesmo que oficialize a decisão. O Planalto sabe disso.

Rombo no casco
Auditoria feita no Lloyd Brasileiro revelou um mar de lama na administração da empresa, que está sendo liquidada. O Ministério da Administração não vê a hora de se livrar o abacaxi.

Sinal amarelo
A queda do governador Garibaldi Alves (PMDB-RN) nas pesquisas eleitorais pode trazer problemas para a campanha de FHC. Agora que Alves não é mais favorito disparado, pefelistas começam a cobrar a presença do presidente no palanque de José Agripino.


Acima das turbulências
FHC deve visitar todos os Estados até o 1º turno das eleições. A maioria deles na condição de presidente. Só evita chateações. Não é preciso convidar aliados que se detestam nem expor o candidato a situações adversas.

Bunker reeleitoral
Viajando como presidente, FHC em geral terá compromissos em lugares fechados. A vantagem é que evitará o corpo-a-corpo das ruas, onde ponde ser surpreendido por uma emboscada (vaias) da oposição.

Avaliando o eleitor
Nessa fase da campanha, ninguém quer entrar num vôo cego: cerca de dois terços das pesquisas encomendadas pelos principais candidatos a cargos majoritários são qualitativas.

TIROTEIO
Do tucano Arthur Virgílio, respondendo a Marco Aurélio Garcia, secretário de Assuntos Internacionais e coordenador do programa de governo de Lula, que disse que FHC copiou proposta petista de elevar o gasto com saúde a US$ 250 por habitante por ano:
- A diferença é que nós dizemos que o dinheiro vai sair da vinculação de receitas de Estados e municípios e da prorrogação da CPMF. Já o Lula tira esse número da cartola.

CONTRAPONTO

Visita inesquecível

Nenhum chefe de Estado em visita a Brasília foi tão assediado quanto o presidente sul-africano, Nelson Mandela, que passou três dias na cidade.
Disputado por todos, principalmente por políticos em campanha eleitoral que se engalfinhavam pelo privilégio de posar para fotografias, Mandela surpreendeu pela simplicidade.
Alguns ficaram desconcertados. Exemplo disso foi o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia. Ao cumprimentar o chanceler no Planalto, Mandela demorou-se no aperto de mão. Perguntou como Lampreia estava e cobrou:
- Espero que você se lembre de mim, porque eu me lembro bem de você.
Lampreia corou. Mesmo sendo um diplomata experimentado, ficou sem jeito, tempo suficiente para Mandela se afastar. Refeito, Lampreia se limitou a dizer:
- Imagina se alguém esquece um homem desses!



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