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QUESTÃO AGRÁRIA
Motivo seriam os 15 inquéritos que correm e que se referem a invasões de prédios públicos
MST se prepara para enfrentar onda de prisões no Pontal
EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA
O MST se prepara para enfrentar uma onda de prisões de sem-terra no Pontal do Paranapanema
(SP), decorrentes dos 15 inquéritos policiais que envolvem o movimento. Boa parte se refere a invasões de prédios públicos.
A ação mais radical do movimento, que soou como afronta ao
Poder Judiciário, foi a invasão do
Fórum de Teodoro Sampaio (710
km a oeste de São Paulo), por cerca de 250 sem-terra, no último dia
25 de julho.
O dirigente José Rainha Júnior
disse ter informações de que serão pedidas "várias prisões", incluindo a de dirigentes que não
participaram da invasão.
"Eles sabem que o José Rainha e
o Cledson Mendes (da direção estadual) não estavam lá, mas vão
querer inventar uma sombra. Só
estão esperando o momento certo", declarou Rainha.
O juiz da cidade, Atis de Oliveira
Araújo, não fala com a imprensa
sobre o assunto.
O prazo para a conclusão do inquérito no fórum venceu sexta-feira. O delegado Donato Faria,
que cuida do caso, pediu prorrogação por mais 30 dias.
Há duas semanas, o delegado
disse que pelo menos 30 sem-terra deveriam ser indiciados por
danos qualificados, furto, constrangimento ilegal e desacato à
autoridade. Ele não revelou se pedirá a prisão de alguém.
Na invasão do fórum, os sem-terra picharam vidros e paredes,
arrombaram portas e impediram
funcionários de entrar no prédio.
A ação foi um protesto contra
decisão do juiz Araújo de mandar
remover 422 famílias, acampadas
em uma rodovia estadual entre as
fazendas Santa Maria e Santa Ida,
para uma distância mínima de 10
quilômetros das propriedades.
Segundo Rainha, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) prepara uma "estratégia" para evitar o despejo, mas
não revelou qual.
O novo prazo para a retirada
das famílias esgota-se na próxima
quinta-feira. A Polícia Militar está
se preparando para cumprir a determinação judicial.
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