São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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FOLHA ELEIÇÕES 2000
SUCESSÃO EM SÃO PAULO
Alckmin atinge 8% em levantamento que tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos; Marta segue líder, com 31% das intenções de voto
Embola a disputa pelo 2º lugar; Maluf tem 15%, Erundina, 14%, e Tuma, 10%

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

O horário eleitoral gratuito fez embolar a disputa pelo segundo lugar na eleição paulistana: agora, além de Paulo Maluf (PPB) e Luiza Erundina (PSB), que já estavam tecnicamente empatados antes, também Romeu Tuma (PFL) desfruta de idêntica condição.
Mesmo Geraldo Alckmin (PSDB) aproximou-se dos primeiros colocados e está em situação de empate técnico com Erundina e Tuma, mas não com Maluf.
É o que mostra a mais recente pesquisa do Datafolha, feita nos dias 24 e 25 com 1.396 eleitores da cidade de São Paulo.
Marta Suplicy (PT) continua liderando com folga: tem 31% das intenções de voto, oscilação de um ponto a menos que na pesquisa anterior, mas 16 a mais que Maluf, que ficou com 15% (oscilou um ponto para mais).
Erundina também oscilou um ponto, mas para baixo, passando de 15% para 14%.
Tuma oscilou de 7% para 10%, o que coloca o senador em empate estatístico com Maluf e Erundina, já que a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Significa que Maluf pode ter entre 18% e 12%, Erundina, entre 17% e 11%, e Tuma, entre 13% e 7%. Por esse mesmo cálculo estatístico, Alckmin, que oscilou de 6% para 8%, está empatado com Erundina e Tuma (o tucano pode ter entre 11% e 5%).

Horário gratuito
A oscilação positiva de Tuma e Alckmin deve-se claramente ao horário gratuito no rádio e na televisão. Os dois são, pela ordem, os donos do maior tempo. E foi entre os que hoje se dizem eleitores do pefelista e do tucano que ocorreram as maiores taxas de eleitores que afirmam ter mudado o voto por causa do programa gratuito.
No quesito desempenho no horário gratuito, Tuma e Alckmin só perdem para Marta Suplicy, cujo programa é o mais bem avaliado (64% de ótimo/bom). Alckmin fica em segundo (58%) e Tuma, logo atrás (54%).
A avaliação do programa eleitoral do PSDB melhorou 15 pontos, na comparação com a pesquisa anterior, feita no dia 17 de agosto, um dia depois de iniciada a programação gratuita pelo rádio e TV.
É também do tucano a maior porcentagem (43%) de seus atuais eleitores que dizem ter mudado a intenção de voto por influência do programa de rádio e TV. Tuma fica logo atrás, com 35% de eleitores que passaram a cravar o nome do senador convencidos pelo horário eleitoral.
Tuma e Alckmin podem beneficiar-se, ainda, do fato de terem as menores taxas de rejeição entre os cinco primeiros colocados.
Não votariam em Tuma em hipótese nenhuma apenas 14% dos entrevistados. Em Alckmin, apenas 10%.
Já Maluf e Erundina têm taxas de rejeição de, respectivamente, 55% e 27%. Mas o campeão de rejeição é o ex-presidente Fernando Collor de Mello, com 66% (ou seja, 2 de cada 3 eleitores afirmam que não votam nele em hipótese nenhuma).

Faixas
A maior vantagem de Marta sobre seus adversários se dá entre os eleitores com escolaridade superior. A petista leva 43% dos votos nessa faixa, seguida por Geraldo Alckmin, que vai a 16% (o dobro do que tem no conjunto do eleitorado).
A vantagem de Marta também é maior entre eleitores com renda elevada (acima de 20 salários mínimos): tem 43% contra 14% de Maluf, o segundo colocado. Já entre os entrevistados que recebem até dez mínimos, a petista cai para 29%, 13 a mais que Erundina, a segunda colocada, e 14 a mais que Maluf, logo abaixo.
Romeu Tuma perdeu votos entre os eleitores de maior nível de renda (passou de 8% para 6%), mas ganhou entre os intermediários (entre 10 e 20 mínimos), passando de 7% para 11%.
O senador, porém, não conseguiu ainda convencer os eleitores que se dizem do PMDB, partido ao qual o PFL está coligado: Tuma perde, entre eles, para todos os quatro principais rivais.
Geraldo Alckmin, por sua vez, tem dificuldades em seu próprio partido, já que apenas 45% dos tucanos dizem que vão votar nele.


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