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FOLHA ELEIÇÕES 2000
SUCESSÃO EM SÃO PAULO
Alckmin atinge 8% em levantamento que tem margem de erro de
três pontos percentuais para mais ou menos; Marta segue líder, com 31% das intenções de voto
Embola a disputa pelo 2º lugar; Maluf tem 15%, Erundina, 14%, e Tuma, 10%
CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL
O horário eleitoral gratuito fez
embolar a disputa pelo segundo
lugar na eleição paulistana: agora,
além de Paulo Maluf (PPB) e Luiza Erundina (PSB), que já estavam tecnicamente empatados antes, também Romeu Tuma (PFL)
desfruta de idêntica condição.
Mesmo Geraldo Alckmin
(PSDB) aproximou-se dos primeiros colocados e está em situação de empate técnico com Erundina e Tuma, mas não com Maluf.
É o que mostra a mais recente
pesquisa do Datafolha, feita nos
dias 24 e 25 com 1.396 eleitores da
cidade de São Paulo.
Marta Suplicy (PT) continua liderando com folga: tem 31% das
intenções de voto, oscilação de
um ponto a menos que na pesquisa anterior, mas 16 a mais que Maluf, que ficou com 15% (oscilou
um ponto para mais).
Erundina também oscilou um
ponto, mas para baixo, passando
de 15% para 14%.
Tuma oscilou de 7% para 10%, o
que coloca o senador em empate
estatístico com Maluf e Erundina,
já que a margem de erro é de três
pontos percentuais, para mais ou
para menos.
Significa que Maluf pode ter entre 18% e 12%, Erundina, entre
17% e 11%, e Tuma, entre 13% e
7%. Por esse mesmo cálculo estatístico, Alckmin, que oscilou de
6% para 8%, está empatado com
Erundina e Tuma (o tucano pode
ter entre 11% e 5%).
Horário gratuito
A oscilação positiva de Tuma e
Alckmin deve-se claramente ao
horário gratuito no rádio e na televisão. Os dois são, pela ordem,
os donos do maior tempo. E foi
entre os que hoje se dizem eleitores do pefelista e do tucano que
ocorreram as maiores taxas de
eleitores que afirmam ter mudado o voto por causa do programa
gratuito.
No quesito desempenho no horário gratuito, Tuma e Alckmin só
perdem para Marta Suplicy, cujo
programa é o mais bem avaliado
(64% de ótimo/bom). Alckmin fica em segundo (58%) e Tuma, logo atrás (54%).
A avaliação do programa eleitoral do PSDB melhorou 15 pontos,
na comparação com a pesquisa
anterior, feita no dia 17 de agosto,
um dia depois de iniciada a programação gratuita pelo rádio e
TV.
É também do tucano a maior
porcentagem (43%) de seus
atuais eleitores que dizem ter mudado a intenção de voto por influência do programa de rádio e
TV. Tuma fica logo atrás, com
35% de eleitores que passaram a
cravar o nome do senador convencidos pelo horário eleitoral.
Tuma e Alckmin podem beneficiar-se, ainda, do fato de terem as
menores taxas de rejeição entre os
cinco primeiros colocados.
Não votariam em Tuma em hipótese nenhuma apenas 14% dos
entrevistados. Em Alckmin, apenas 10%.
Já Maluf e Erundina têm taxas
de rejeição de, respectivamente,
55% e 27%. Mas o campeão de rejeição é o ex-presidente Fernando
Collor de Mello, com 66% (ou seja, 2 de cada 3 eleitores afirmam
que não votam nele em hipótese
nenhuma).
Faixas
A maior vantagem de Marta sobre seus adversários se dá entre os
eleitores com escolaridade superior. A petista leva 43% dos votos
nessa faixa, seguida por Geraldo
Alckmin, que vai a 16% (o dobro
do que tem no conjunto do eleitorado).
A vantagem de Marta também é
maior entre eleitores com renda
elevada (acima de 20 salários mínimos): tem 43% contra 14% de
Maluf, o segundo colocado. Já entre os entrevistados que recebem
até dez mínimos, a petista cai para
29%, 13 a mais que Erundina, a segunda colocada, e 14 a mais que
Maluf, logo abaixo.
Romeu Tuma perdeu votos entre os eleitores de maior nível de
renda (passou de 8% para 6%),
mas ganhou entre os intermediários (entre 10 e 20 mínimos), passando de 7% para 11%.
O senador, porém, não conseguiu ainda convencer os eleitores
que se dizem do PMDB, partido
ao qual o PFL está coligado: Tuma
perde, entre eles, para todos os
quatro principais rivais.
Geraldo Alckmin, por sua vez,
tem dificuldades em seu próprio
partido, já que apenas 45% dos
tucanos dizem que vão votar nele.
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