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RIO DE JANEIRO
Candidato do PTB a prefeito diz não ter influenciado decisão, mas o líder do
partido na Câmara dos Deputados afirma ter sido pressionado por ele e por deputados do Estado
Maia crê em benefício com fim de aliança
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato do PTB à Prefeitura do Rio, Cesar Maia, é um dos
principais beneficiários do rompimento da aliança do seu partido
com o PSDB no Congresso. "Eleição é uma guerra. Tínhamos 38
canhões e agora temos 45. Nós temos mais poder de fogo", avalia.
O candidato do PTB tem 21% na
última pesquisa de intenção de
votos do Datafolha, realizada em
24 de agosto. Seu principal adversário e desafeto político, o prefeito
Luiz Paulo Conde, do PFL, está
com 35%. O rompimento ajuda a
estratégia de Maia de colar em
Conde a imagem de aliado do
presidente Fernando Henrique
Cardoso na cidade do Rio.
"Não há dúvida de que agora as
condições ficaram mais fáceis",
diz ele, que afirma não ter tido nenhuma ingerência na decisão.
O líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (PDT-RJ), contesta. "O Cesar me pressionou bastante. Ele me perguntava o que
justificava o bloco. "Nós temos
ministério? O PTB participa das
decisões ou da administração do
governo?", ele me perguntava."
Outra evidência de que Cesar
Maia pode ter pressionado seu
partido para desfazer a aliança
com o PTB foi o apoio recebido
do PPS no Rio, partido do presidenciável Ciro Gomes, desde o
dia 24 de junho deste ano.
"Esse movimento partiu do
Rio", afirma o líder do PTB, dizendo que as quatro primeiras assinaturas da declaração de rompimento do PTB com o PSDB foram
assinadas por deputados federais
fluminenses.
Redefinindo a imagem
Depois de ter passado, em quase
20 anos de vida política, pelo PDT,
PFL e PMDB, Maia também tem
se esforçado para redefinir seu
posicionamento ideológico.
Nas eleições passadas, ele construiu uma imagem de candidato
de direita. Nesta eleição, em que
seu principal adversário também
é identificado com a direita, ele
tenta se desfazer desse estigma
para amealhar votos menos conservadores.
"Eu fui me empurrando em direção ao centro. E estou tentando
empurrar o Conde para a direita",
afirma. Nessa estratégia, o rompimento com o PSDB lhe dá mais liberdade de ação. Por causa da legislação eleitoral, há limitações
para implantar esse projeto. Há
uma preocupação em evitar direito de resposta. Por isso, Maia vai
usar uma tática utilizada por ele
em outras eleições. Espalhar informações boca-a-boca. Seus
coordenadores de campanha foram orientados a instruir a militância a ligar Conde a FHC.
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