São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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RIO DE JANEIRO
Candidato do PTB a prefeito diz não ter influenciado decisão, mas o líder do partido na Câmara dos Deputados afirma ter sido pressionado por ele e por deputados do Estado
Maia crê em benefício com fim de aliança

DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PTB à Prefeitura do Rio, Cesar Maia, é um dos principais beneficiários do rompimento da aliança do seu partido com o PSDB no Congresso. "Eleição é uma guerra. Tínhamos 38 canhões e agora temos 45. Nós temos mais poder de fogo", avalia.
O candidato do PTB tem 21% na última pesquisa de intenção de votos do Datafolha, realizada em 24 de agosto. Seu principal adversário e desafeto político, o prefeito Luiz Paulo Conde, do PFL, está com 35%. O rompimento ajuda a estratégia de Maia de colar em Conde a imagem de aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso na cidade do Rio.
"Não há dúvida de que agora as condições ficaram mais fáceis", diz ele, que afirma não ter tido nenhuma ingerência na decisão.
O líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (PDT-RJ), contesta. "O Cesar me pressionou bastante. Ele me perguntava o que justificava o bloco. "Nós temos ministério? O PTB participa das decisões ou da administração do governo?", ele me perguntava."
Outra evidência de que Cesar Maia pode ter pressionado seu partido para desfazer a aliança com o PTB foi o apoio recebido do PPS no Rio, partido do presidenciável Ciro Gomes, desde o dia 24 de junho deste ano.
"Esse movimento partiu do Rio", afirma o líder do PTB, dizendo que as quatro primeiras assinaturas da declaração de rompimento do PTB com o PSDB foram assinadas por deputados federais fluminenses.

Redefinindo a imagem
Depois de ter passado, em quase 20 anos de vida política, pelo PDT, PFL e PMDB, Maia também tem se esforçado para redefinir seu posicionamento ideológico.
Nas eleições passadas, ele construiu uma imagem de candidato de direita. Nesta eleição, em que seu principal adversário também é identificado com a direita, ele tenta se desfazer desse estigma para amealhar votos menos conservadores.
"Eu fui me empurrando em direção ao centro. E estou tentando empurrar o Conde para a direita", afirma. Nessa estratégia, o rompimento com o PSDB lhe dá mais liberdade de ação. Por causa da legislação eleitoral, há limitações para implantar esse projeto. Há uma preocupação em evitar direito de resposta. Por isso, Maia vai usar uma tática utilizada por ele em outras eleições. Espalhar informações boca-a-boca. Seus coordenadores de campanha foram orientados a instruir a militância a ligar Conde a FHC.




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