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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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MÍDIA

Intenção é que ele seja transmitido por 700 emissoras

Planalto imita Sarney e FHC e deve lançar programa de rádio para Lula

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto e a Radiobrás preparam-se para lançar, provavelmente no mês que vem, um programa de rádio para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de uma nova versão do "Conversa ao Pé do Rádio", lançado pelo ex-presidente José Sarney (85-90), que se tornou "Palavra do Presidente" nos governos de Fernando Henrique Cardoso.
"O novo programa vai ter uma abordagem mais popular, vai seguir o estilo do presidente", disse o jornalista Luiz Henrique Romagnoli, dono da produtora de rádio Toda Onda Comunicação, de São Paulo, que está sendo contratada para produzir o programa em parceria com a Radiobrás.
Romagnoli foi escolhido por ter trabalhado com Lula no rádio. Ele fez a campanha vitoriosa do então candidato petista no ano passado e já tinha feito outros trabalhos para o PT que contaram com a participação de Lula.
A Radiobrás vai realizar a contratação sem licitação, com base em parecer jurídico que aponta, entre outros pontos, a "natureza singular" do contrato e a notória especialização da empresa. Além disso, segundo o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, trata-se de um contrato de pequeno valor (R$ 5.000 por mês).
A intenção da Radiobrás é capacitar-se para produzir ela própria esse programa no futuro. No governo anterior, a produção do programa era inteiramente terceirizada. O contrato da Presidência com a empresa que o produzia era de R$ 300 mil por ano, mas a Radiobrás não soube informar se incluía outros produtos além do "Palavra do Presidente".
Nem o nome nem a periodicidade do programa estão definidos. Pode continuar a ser semanal ou tornar-se quinzenal. Estão em estudo nomes como "Conversa com o Presidente" e "Horário do Presidente".
A idéia é que o programa seja transmitido voluntariamente por mais de 700 emissoras de rádio de todo o país, em horário nobre (das 7h às 8h da manhã). Nesse horário, segundo os idealizadores do programa, atinge-se um público amplo, da classe A à E.
Romagnoli disse que o programa vai ser mais dinâmico que seu antecessor e que deverá utilizar o formato de entrevista.
O presidente, segundo Romagnoli, tem uma facilidade muito grande de se comunicar pelo rádio. "Ao contrário da televisão, no rádio se consegue estabelecer um tom de conversa com o ouvinte. Vai ser uma conversa direta com o público", disse.
Quanto à abordagem dos temas, disse que o tratamento será diferente do que é dado pela mídia. "No caso da reforma da Previdência, por exemplo, o noticiário se atém a alguns aspectos, como a disputa política. Nós vamos trocar em miúdos as mudanças para a população", disse ele.


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