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MÍDIA
Intenção é que ele seja transmitido por 700 emissoras
Planalto imita Sarney e FHC e deve lançar programa de rádio para Lula
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto e a Radiobrás preparam-se para lançar,
provavelmente no mês que vem,
um programa de rádio para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Trata-se de uma nova versão do
"Conversa ao Pé do Rádio", lançado pelo ex-presidente José Sarney (85-90), que se tornou "Palavra do Presidente" nos governos
de Fernando Henrique Cardoso.
"O novo programa vai ter uma
abordagem mais popular, vai seguir o estilo do presidente", disse
o jornalista Luiz Henrique Romagnoli, dono da produtora de
rádio Toda Onda Comunicação,
de São Paulo, que está sendo contratada para produzir o programa
em parceria com a Radiobrás.
Romagnoli foi escolhido por ter
trabalhado com Lula no rádio. Ele
fez a campanha vitoriosa do então
candidato petista no ano passado
e já tinha feito outros trabalhos
para o PT que contaram com a
participação de Lula.
A Radiobrás vai realizar a contratação sem licitação, com base
em parecer jurídico que aponta,
entre outros pontos, a "natureza
singular" do contrato e a notória
especialização da empresa. Além
disso, segundo o presidente da
Radiobrás, Eugênio Bucci, trata-se de um contrato de pequeno valor (R$ 5.000 por mês).
A intenção da Radiobrás é capacitar-se para produzir ela própria
esse programa no futuro. No governo anterior, a produção do
programa era inteiramente terceirizada. O contrato da Presidência
com a empresa que o produzia
era de R$ 300 mil por ano, mas a
Radiobrás não soube informar se
incluía outros produtos além do
"Palavra do Presidente".
Nem o nome nem a periodicidade do programa estão definidos. Pode continuar a ser semanal
ou tornar-se quinzenal. Estão em
estudo nomes como "Conversa
com o Presidente" e "Horário do
Presidente".
A idéia é que o programa seja
transmitido voluntariamente por
mais de 700 emissoras de rádio de
todo o país, em horário nobre
(das 7h às 8h da manhã). Nesse
horário, segundo os idealizadores
do programa, atinge-se um público amplo, da classe A à E.
Romagnoli disse que o programa vai ser mais dinâmico que seu
antecessor e que deverá utilizar o
formato de entrevista.
O presidente, segundo Romagnoli, tem uma facilidade muito
grande de se comunicar pelo rádio. "Ao contrário da televisão, no
rádio se consegue estabelecer um
tom de conversa com o ouvinte.
Vai ser uma conversa direta com
o público", disse.
Quanto à abordagem dos temas, disse que o tratamento será
diferente do que é dado pela mídia. "No caso da reforma da Previdência, por exemplo, o noticiário se atém a alguns aspectos, como a disputa política. Nós vamos
trocar em miúdos as mudanças
para a população", disse ele.
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