|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO INDÍGENA
Grupo teria usado na ação ônibus que transportava 27 crianças
Índios invadem 3 fazendas e fazem 4 PMs reféns em MS
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Um grupo de 600 índios terenas
invadiu anteontem à noite três fazendas em Sidrolândia (60 km de
Campo Grande). Segundo a Polícia Civil, durante as invasões os
índios usaram um ônibus escolar,
que transportava 27 crianças e
adolescentes, e ainda fizeram reféns quatro policiais militares.
Os reféns foram libertados ontem à tarde. Os terenas tomaram
quatro revólveres e duas espingardas calibre 12 dos policiais. Até
o início da noite de ontem, dois
revólveres ainda não haviam sido
devolvidos à PM. O delegado da
Polícia Civil Edson Pigosso, 42,
disse que vai abrir inquérito e indiciar os índios por cárcere privado. Ele não quis divulgar os nomes dos PMs que ficaram reféns.
Segundo a Funai (Fundação
Nacional do Índio), 3.000 terenas
de seis aldeias querem a demarcação, como terra indígena, de 17
mil hectares onde estão localizadas 22 fazendas em Sidrolândia e
em Dois Irmãos do Buriti (98 km
de Campo Grande).
Por volta das 18h de anteontem,
segundo a polícia, os índios tomaram o ônibus escolar da Prefeitura de Sidrolândia, que trazia estudantes da cidade para a zona rural, e obrigaram o motorista a levá-los até a fazenda Buriti.
Antes da invasão, os estudantes
foram deixados em suas casas, segundo o delegado. Os PMs foram
até a propriedade, após serem comunicados da ação, mas acabaram detidos pelos índios. As outras duas invasões ocorreram nas
fazendas Bom Jesus e Santa Clara.
No início da tarde de ontem, 35
policiais, entre federais e militares, foram à fazenda Buriti e negociaram a entrega das armas e a liberação dos PMs.
Uma das propriedades invadidas pertence ao candidato derrotado nas eleições para governador
em 1998, Ricardo Bacha. A reportagem não conseguiu localizá-lo
ontem. O MNP (Movimento Nacional dos Produtores) estima
que 19 fazendas, sem contar as de
anteontem, estão invadidas por
índios no Estado.
Texto Anterior: Dulci promete mais assentamentos Próximo Texto: Conflito agrário: CPT revela impunidade no campo Índice
|