São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2005

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Tapetão
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), ensaiou uma manobra para levar ao plenário processos contra deputados que já foram arquivados pelo Conselho de Ética.

Limite da paciência
Informado da estratégia, Joaquim Francisco (PTB-PE), um dos deputados que tiveram processo arquivado, procurou Severino para, dedo em riste, dizer que, se fosse alvo da "molecagem", "acabaria com a vida" do conterrâneo. Severino desistiu.

Aposta na confusão
A tentativa de ressuscitar processos arquivados no Conselho de Ética faz parte da receita de pizza de Severino. O objetivo do presidente da Câmara é equiparar a situação dos "mensaleiros" à de parlamentares que carregam acusações menos graves.

Missão impossível
O ex-presidente do Tribunal de Contas da União Olavo Drummond, que foi amigo de JK, ironiza a comparação feita por Lula: "Se ele prometer ao menos tentar ser igual ao Juscelino, me candidato a ministro".

Fiscal dos fiscais
Mais uma bola entre as pernas levada pelo governo: na quinta, sem ninguém perceber, o Senado aprovou requerimento do pefelista Cesar Borges (BA) propondo auditoria do TCU na Controladoria Geral da União, comandada por Waldir Pires.

Mico 1
Há cerca de dois meses, Maurício Marinho, pivô do escândalo dos Correios, tenta vender um apartamento na Asa Norte, em Brasília. Pede R$ 90 mil pelo que já pagou, mais o saldo devedor.

Mico 2
O porteiro do prédio se surpreende com a reação dos interessados ao saber a identidade do vendedor. Tem gente que faz o sinal da cruz. Outros descem pelo elevador sem ver o imóvel.

Filme queimado
Pegou mal na equipe econômica a entrevista em que Guido Mantega (BNDES) cravou a permanência do superávit fiscal em 4,25%, alegando que os 5% sugeridos por Antonio Palocci "inviabilizariam os investimentos".

Fla x Flu 1
Palocci encomendou a assessores estudo sobre indicadores de emprego para resolver a pendência com o senador Arthur Virgílio, que o criticou por afirmar que os dados de Lula seriam melhores que os de FHC.

Fla x Flu 2
O ministro já admite a razão do tucano em pelo menos um ponto: mudanças metodológicas ocorridas ao longo do tempo dificultam as comparações.

Trocando as bolas
Geraldo Alckmin deve assistir muito à TV Senado. Em evento tucano ontem no Rio, chamou Arthur da Távola primeiro de Arthur Virgílio e, depois, ao tentar falar seu prenome verdadeiro (Paulo Alberto), confundiu-o com Paulo Octávio (PFL-DF).

Convescote tucano
Serra, Alckmin e Aécio farão breve pausa em seus desentendimentos sobre a candidatura presidencial do PSDB para prestigiar, no dia 1º, o jantar/conferência de Ruth Cardoso no seminário "Renovar Idéias", promovido pelo Instituto Teotônio Vilela no Hotel Renaissance.

C.q.d.
Autor de proposta de emenda para ampliar a representatividade do Conselho da República, o senador Marco Maciel (PFL-PE) diz que a crise demonstrou a necessidade não apenas de um órgão superior de consulta do presidente como de o Congresso regular seu funcionamento.

Visita à Folha
Demian Fiocca, vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), sobre o volume e a falta de transparência nos gastos com cartões de crédito corporativos do governo:
-Doce era o tempo em que o PT, na oposição, fazia escândalo fiscalizando a goiabada consumida no Palácio da Alvorada.

CONTRAPONTO

Aula de geografia

Espécie de "azarão" na campanha pelo Senado no Paraná em 1974, Leite Chaves, do então MDB, atrapalhou-se em um comício ao saudar a população do município de Joaquim Távora:
-Muito obrigado, minha gente de Juarez Távora!
O erro alimentou críticas de seus opositores, que diziam ser ele um forasteiro no Paraná, pois nascera na Paraíba.
O candidato foi aconselhado a dizer dali em diante a frase:
"Percorrido o Estado de Foz do Iguaçu a Paranaguá e de Paranavaí à União da Vitória" -esse traçado abrangeria todo o território do Paraná.
E lá foi o candidato:
-Andei por toda esta terra, de Foz do Iguaçu a Paranaguá, e de Paranavaí a Vitória...
Fez-se silêncio, até alguém soprar em seu ouvido:
-União da Vitória.
-A Vitória da União!-, concluiu ele, que acabaria eleito.


Próximo Texto: Para Ciro, pessoas próximas a Lula fizeram "coisa muito suja"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.